sexta-feira, 22 de setembro de 2017

DIREITO À OPINIÃO - António Berbem

                     A  JIGAJOGA  dos Donaldos Trump
I.
Dado que estamos em campanha eleitoral autárquica, em ambiente livre e desinibidor e sem os limites de ameaças avulsas, cabe, hoje, deixar aqui umas tantas reflexões sobre o momento eleitoral que vai seguir-se.
O título escolhido invoca, claro está, “o grande actor político americano” que acaba de proclamar que é capaz de ordenar “a destruição total de um país de 25 milhões de habitantes”. Isto como se, ao lado desse país, não existisse outro com o mesmo nome e as duas Coreias não fossem uma só nação. Artificialmente dividida desde a guerra dos anos 50 e da longa guerra fria envolvendo três superpotências naquela área do Pacífico.
Visto assim, pode dizer-se que Donald Trump é um líder perigoso, inconsistente e errático com demasiado poder e bastante irresponsável naquilo que vai dizendo. Hoje diz uma coisa para amanhã afirmar o contrário. Cabeludo e anafado, ameaça e exclui quem não concorda com ele.
[Quanto ao «Kim- coreano» é um ovni saído de uma monarquia comunista que, à falta de melhor, anda a aprender a rir-se – embora de uma forma trágica - de si próprio e da elite miliar que continua a dar-lhe o pasto].  
E, no meio disto, percebe-se que mais uma guerra de onde viesse a sair vencedor é, como será, um dos objectivos que persegue para tornar o poder mundial da América ainda maior do que já é.
Entretanto, metade da equipa que levou consigo para a governação já se demitiu ou foi demitida. Ou nem sequer já acredita no que dele vê e ouve.
O pior disto é que estão a aparecer mais Trump (s)  em  diversas escalas e nos mais diversos e inesperados lugares. É uma questão de “guerreira oportunidade”, tanto mais provável quanto maior é “anarquia madura” vigente nas relações internas, locais e internacionais. Com ou sem ONU.
2.
Se isto se passa assim a nível global, pode dizer-se que, a outros níveis, é também o que vai acontecendo a olho nu. Pode assim concluir-se que as dominantes nestas eleições autárquicas, em termos muitos resumidos, não andarão longe dos seguintes desatinos e desconexões funcionais:
 -  um excesso de  “retórica pessoalista” e triunfalista que cansa, usa e  anda a manipular sem decoro os votantes;
- programas eleitorais longos, oportunistas, pouco claros e repetitivos;
- um novo “Caciquismo local” autocentrado e furtivo que já se julgava um tanto ultrapassado e que voltou agora em força em muitas autarquias do país; tanto do Norte como deste nosso Sul;
 - uma evidente impreparação politica de certos candidatos que faz com que muito facilmente deslizem para as rivalidades pessoais, para o vazio das propostas eleitorais e para os ataques pessoais permanentes;
 - incapacidade para assumir ( escondendo-os com várias cortinas de fumo ) os erros graves do seu passado e dos mandatos recentes;
- uma clara e prévia predisposição para se reproduzirem em  cargos do  poder autárquico dando, com descarado despudor, a ideia que são os melhores e únicos sem cuidarem de o provar; ou de perceberem as causas principais das suas próprias e anteriores derrotas;
 - uma apropriação leviana e indevida do passado dos próprios partidos, banalisando  e desprestigiando o seu papel histórico e democrático, à esquerda e à direita, nas disputas legítimas pelo exercício do poder politico;
 - uma corrida, em tudo excessiva, aos órgãos de comunicação social e às redes sociais que acaba por alienar as partes boas do dialogo e da comunicação politica que as eleições deviam manter. Longas entrevistas que, quase sempre, acabam como começaram… com autoelogios e distanciamento das realidades sociais envolventes;
 - e, por fim, também somos da opinião que assim “não há equipas que resistam”; assim como, qualquer candidato, decorrido o período inicial do mandato começa, imediatamente, a reformar-se correndo para a sua próxima reeleição. Muitas vezes para resolver apenas problemas de falta de inserção e de continuidade nas suas qualificações profissionais. Ou de outras e actualizadas competências.
  Isto quando se conhece que, em Portugal, apenas cerca de um terço ou um pouco mais das promessas eleitorais são efectivamente cumpridas.        
     Terminamos pois com o desejo ( e o voto ) que este quadro e cenário politico, não venha a repetir-se numa autarquia que anda, desde os anos 2000, a ensaiar os mesmos candidatos e a gerar o mesmo tipo de confrontos pessoais. E ainda, a mesma ausência de um novo tipo decisor de desenvolvimento e crescimento “ a sério” aos seus mais diversos níveis.
 Viáveis e Inovadores, se possível!
Porque, se é verdade que as Vilas e aldeias do Concelho têm um passado que as dignifica, não é menos verdade que temos agora de ter face às exigências do presente, uma aberta e participativa visão do futuro. 
Exigente, concreta e capaz de servir as populações enquanto razão de ser essencial, a primeira e a ultima, da próxima votação, em Outubro .
  Saudações democráticas
   António Neves Berbem
    ( 22/9/ 2017)



Sem comentários: