ACORDO DE PARIS
Trump
não pára de nos surpreender. Ou será que já não nos surpreende?
As suas posições são, quase sempre, as indesejáveis.
Ainda recentemente Trump criticou a NATO, pese embora
não tenha posto em causa a permanência dos EUA na organização, mas não deixou
de questionar os demais membros, seus tradicionais aliados, sobre o
financiamento da organização, abrindo assim brechas com os outros países, em
especial com a Alemanha.
Esta semana veio mostrar-nos o seu pior lado ao pôr em
causa o Acordo de Paris, alcançado em Dezembro de 2015, envolvendo cerca de 150
países, no qual se define as imposições que os países terão que cumprir nas
alterações climáticas, de modo a serem atingidas metas que permitam que o
aquecimento global seja abaixo dos 2ºC e para que as diferentes economias se
possam adaptar, mantendo a sua sustentabilidade, mas transformando-se de forma
a gerarem baixas emissões de gases, condição para a preservação do planeta, e
para evitar que muitas zonas costeiras, altamente povoadas, sejam inundadas
perdendo a sua habitabilidade.
Donald Trump não consegue perceber o essencial, o
mínimo dos mínimos, que a sustentabilidade do planeta é de relevância superior
a todas as outras questões, e que ao ter-se conseguido um amplo acordo sobre as
alterações climáticas, os países deram um passo importantíssimo para a
sustentabilidade do planeta, e que essa responsabilidade de preservar o planeta
deve ser de todos e, muito especialmente dos países que mais o poluem, entre
eles os Estados Unidos da América.
Ao romper o Acordo de Paris, o presidente dos EUA dá
mais um sinal da intolerância da administração Trump.
Se pudéssemos ignorar Trump era o que eu aconselharia.
Não o podendo, porque ele representa a maior economia
mundial, sendo que as posições dos EUA terão sempre uma importância
proporcional ao seu peso politico e económico, quando possível é desprezá-lo.
E que ninguém pense que as atitudes de Trump não o
atingem. Atingem e de que maneira. Algumas atingem-nos com o mesmo impacto que
atingem os americanos. É assim num mundo globalizado.
E imaginarmos nós que a segurança do mundo passa, em
muito, por alguém com este perfil. Preocupante não?
Quero acreditar que os EUA de hoje não sejam os EUA de
Donald Trump, porque se forem não serão certamente os aliados que os europeus
aspiram, porque as posições assumidas não são, de todo, aquelas que os europeus
desejam.
E a quebra do Acordo de Paris é não só
incompreensível, mas de uma total falta de responsabilidade perante um dos mais
importantes acordos internacionais conseguidos.
Até para a semana
Rui Mendes
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