http //www.dianafm.com
Rui Mendes
OS INCÊNDIOS
Não falarei, em
particular, do último grande incêndio em Portugal. Esse, ainda que extinto,
deixou marcas que não serão esquecidas tão cedo, e uma região e o país em
estado de choque. E continuará na ordem do dia, porque caberá ao Estado o apoio
aquelas populações, coisa que a sociedade civil se disponibilizou desde logo a
fazer, por via de trabalho voluntário, pelos apoios financeiros e pela doação
de bens, pelas várias acções de apoio. Mais não se poderá pedir aos
portugueses. Faltará apurar eventuais responsabilidades políticas. Mas, desde
logo entendeu-se que este incêndio deveria ser sujeito a investigação pelo
Ministério Público, e irá também ser constituída uma Comissão Técnica, composta
por 12 elementos, que se pretende que seja “independente”, para que, no limite,
em 90 dias, seja apresentado Relatório. Com ou sem Comissão Técnica o que a
opinião pública pretende é que haja esclarecimentos, e que estes sejam dados em
prazos curtos, porque senão perde-se o sentido de oportunidade dos
aclaramentos. Seja por condições meteorológicas excepcionais, seja pelo
desordenamento florestal, seja pela falta da gestão da floresta, seja pelo tipo
de espécies que constituem a floresta, seja pela desertificação do território,
seja pelas falhas de funcionamento do sistema de comunicações (SIRESP), seja
pela inoperacionalidade de meios, seja pela orografia do terreno, seja pela
insuficiência inicial de meios, seja pela divulgação de informações
incorrectas, seja pela falta de informação, seja por uma outra qualquer razão,
o facto é que o incêndio assumiu proporções que carecem um cabal
esclarecimento. O país a isso tem direito. E não se quer que se arranjem bodes
expiatórios. O poder político só alterará a sua passividade perante o problema
dos incêndios florestais quando sentir uma permanente pressão para que haja
soluções implementadas no terreno. O que temos assistido ao longo dos anos são
iniciativas que não têm solucionado o problema. Os incêndios continuam a
acontecer e as alterações climáticas serão um elemento ainda mais facilitador
para que futuramente possam acontecer com mais espontaneidade. Caberá a toda a
sociedade civil, à comunicação social e aos partidos, exigir que o poder
político sinta a sua responsabilidade nesta matéria, implementando medidas que
permitam reduzir e facilitar o combater dos incêndios, e não se escuse a
responder nos momentos em que têm que existir respostas. Até para a semana
Sem comentários:
Enviar um comentário