sexta-feira, 30 de junho de 2017

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM

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Rui Mendes
                                                    OS INCÊNDIOS

Não falarei, em particular, do último grande incêndio em Portugal. Esse, ainda que extinto, deixou marcas que não serão esquecidas tão cedo, e uma região e o país em estado de choque. E continuará na ordem do dia, porque caberá ao Estado o apoio aquelas populações, coisa que a sociedade civil se disponibilizou desde logo a fazer, por via de trabalho voluntário, pelos apoios financeiros e pela doação de bens, pelas várias acções de apoio. Mais não se poderá pedir aos portugueses. Faltará apurar eventuais responsabilidades políticas. Mas, desde logo entendeu-se que este incêndio deveria ser sujeito a investigação pelo Ministério Público, e irá também ser constituída uma Comissão Técnica, composta por 12 elementos, que se pretende que seja “independente”, para que, no limite, em 90 dias, seja apresentado Relatório. Com ou sem Comissão Técnica o que a opinião pública pretende é que haja esclarecimentos, e que estes sejam dados em prazos curtos, porque senão perde-se o sentido de oportunidade dos aclaramentos. Seja por condições meteorológicas excepcionais, seja pelo desordenamento florestal, seja pela falta da gestão da floresta, seja pelo tipo de espécies que constituem a floresta, seja pela desertificação do território, seja pelas falhas de funcionamento do sistema de comunicações (SIRESP), seja pela inoperacionalidade de meios, seja pela orografia do terreno, seja pela insuficiência inicial de meios, seja pela divulgação de informações incorrectas, seja pela falta de informação, seja por uma outra qualquer razão, o facto é que o incêndio assumiu proporções que carecem um cabal esclarecimento. O país a isso tem direito. E não se quer que se arranjem bodes expiatórios. O poder político só alterará a sua passividade perante o problema dos incêndios florestais quando sentir uma permanente pressão para que haja soluções implementadas no terreno. O que temos assistido ao longo dos anos são iniciativas que não têm solucionado o problema. Os incêndios continuam a acontecer e as alterações climáticas serão um elemento ainda mais facilitador para que futuramente possam acontecer com mais espontaneidade. Caberá a toda a sociedade civil, à comunicação social e aos partidos, exigir que o poder político sinta a sua responsabilidade nesta matéria, implementando medidas que permitam reduzir e facilitar o combater dos incêndios, e não se escuse a responder nos momentos em que têm que existir respostas. Até para a semana

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