terça-feira, 2 de maio de 2017

NO ALANDROAL HOUVE TEATRO, E O A.N.B. FOI VER E COMENTA

                                A  Revista  Continua, o Teatro mantém-se
( a)
Chegamos com uma semana e tal de atraso ao comentário que é devido, através do Al tejo, à (re) apresentação da “Revista Continua” no Fórum do Alandroal, na noite de 22 de Abril, um mês forte e significativo em celebrações sociais.
 O anfiteatro estava cheio, a assistência estava animada, o ambiente indicava conforme se veio a verificar o gosto antigo e  a vontade actual de “muitos alandroalenses” ver mais teatro. Seja ele revisteiro ou passe por outras formas trágicas ou comediantes de o construir e representar.
Em seguida, abriu-se a boca de cena com uma bicicleta em primeiro plano para transportar os assistentes para dentro do espectáculo. Diria neste ponto que, assim como não se espera que existam poços num deserto, o que torna belo um deserto é que ele esconde sempre um poço em algum dos seus lugares. A actriz Manuelito rodopiando esta surpresa isso fez sem se espalhar.
Foi, aliás, o que foi acontecendo durante a  noite com o publico à espera de se rir descontraidamente revendo parte das suas vidas nos sucessivos quadros teatrais que foram postos em cena. A miudagem, essa então foi  quem mais abertamente se riu.

(b) 
Quanto à arquitetura teatral deste “género de teatro” compõe-se principalmente de rábulas e paródias citadinas e urbanas. Politicas e sociais. Sem o aguilhão da censura.
Outros quadros que fomos apreciando giraram em torno de situações teatrais mais elaboradas, como foi o caso do número de Mímica (da Gracinda) a fazer lembrar o grande mestre francês desta forma de arte pura e silenciosa.
Dos quadros que, entretanto, foram marcantes destacamos a interpretação e o acertado relevo dado ao Bocage. A escolha deste poeta sadino no teatro revisteiro, é sempre bem aceite na medida em que facilmente somos levados do satírico para o burlesco. Ou do erótico para o acelerado e desatinado campo dos amores  lascivos e excessivos.
Houve ainda outros quadros que podíamos destacar mas como o Grupo já tem mais espectaculos marcado, o melhor é irem ver com o vosso próprio olhar.  
  
 (c)  
Finalmente vamos dizer que “A Revista Continua” é o resultado empenhado de um grupo agora um tanto frágil nas suas diversas componentes teatrais ( encenação e ensaios, direcção de actores, novos textos, melhor som, etc) onde não custa nada salientar a família Roma. Com  vocação para as coisas do Teatro. Desde há muito e desde sempre.
Vamos dizer mais e com boa fé.
 Haja, de facto, quem o saiba localmente (re) inventar ou ditar. Porque no conjunto de rabulas que foram apresentados, anda a faltar um ou dois quadros nucleares, com a torre, as muralhas, a praça e o jeito revisteiro, alusivos, em pleno, à Vila e a algumas das suas personagens mais marcantes. Sejam os  homens ou as  mulheres do poder local.
Foram elas, as ditas personagens, que durante décadas deram vida, deram cor, deram episódios e desatinos, deram graça e, às vezes, as desgraças  de se chamarem Mestre Zé Gato, Mestre Zé de S. Pedro,  Mestra Maria do Cesário.
E tantos outras, e tudo o mais que fez, de nós, um antigo e novo  Alandroal. Acrescentaria: com uma identidade histórica e popular muito própria. Porventura dificilmente vivida mas criando e experimentando sempre novas alegrias e humores a partir de “um nada profundamente humano que era tudo”.
 Arriscaria elevar e juntar à palavra identidade, a mística, a criatividade e a originalidade que nos fizeram gente a trabalhar e a teatralizar. Assim como, sugiro ao Grupo de Teatro, que deve reforçar-se e melhorar em vários  aspectos técnicos. Ou outros menos visíveis.
Isto porque não podemos ter a corda, o balde, os apoios, o poço, e depois faltar-nos “a força interior” para irmos à nascente buscar a água que nos dá vida. Por imperfeita que a vida seja, o teatro ajuda-nos a perceber que os seus diálogos e monólogos ensinam, são precisos e nunca estão acabados.       
Continuam!
Por isso, é que as luzes atraentes do teatro de revista foram e são ainda uma fonte de diversão e alegrias, uma fonte de presenças e de pertenças criticas tanto à sociedade como à comunidade local.
Redescobri-las será o que precisamos de fazer acontecer!

   Saudações Democráticas
      António Neves Berbem
       ( 1 de Maio de 2017)





3 comentários:

Anónimo disse...

Também vi, e sem tanta prosa digo que foi engraçado, com as limitações de um grupo amador que faz o que pode e o que é capaz, não se pode pretender um espetáculo de revista igual ou parecido com os dos actores profissionais.

Anónimo disse...




DESTE TIPO DE COMENTÁRIOS ANÓNIMOS DEVE ESTAR O GRUPO FARTO PORQUE DIZEM

AQUILO QUE PARA ELES É OBVIO E QUE TODA A GENTE TAMBÉM JÁ SABE.PASSE BEM!

Anónimo disse...

DESTE TIPO DE COMENTÁRIOS ANÓNIMOS DEVE ESTAR O GRUPO FARTO PORQUE DIZEM

AQUILO QUE PARA ELES É OBVIO E QUE TODA A GENTE TAMBÉM JÁ SABE.PASSE BEM!


Diz o roto ao nu , afinal também é anónimo mas pelos vistos mais esperto.
Passe bem.

Carlos Bica