ALGUNS ENIGMAS
Os
sucessos da atual governação em matérias como o défice e o emprego, têm como
causas o controlo da despesa, as reformas em sede de legislação laboral que
foram levadas a cabo durante a intervenção externa e a conjuntura económica
favorável. Veja-se a este propósito, o excelente comportamento das exportações
no sector dos têxteis portugueses para o mercado espanhol. Os ventos estão de
feição para a atual governação.
Todavia, há uma
pergunta que deverá ser feita: Qual a participação direta dos partidos da
extrema-esquerda nos alegados sucessos governativos? Admito que possa a estar a
ver a coisa distorcida. O certo é que estes partidos defendem mais despesa
pública, mais consumo privado através da reposição de salários, aumento dos
escalões do IRS e mais serviços públicos. Portanto, poderemos concluir que, a
tríade partidária, que apoia o atual governo não teve qualquer participação
direta nos referidos sucessos, para além daquela que decorre da aprovação do
orçamento do Estado.
Consequentemente, a
ilação a tirar desta circunstância, porventura a politicamente mais relevante,
reside na impossibilidade da geringonça terminar a legislatura sem que os
partidos da extrema-esquerda também participem diretamente nos ganhos. Neste
sentido, a segunda parte da legislatura será muito mais complexa de gerir do
que a primeira. Oxalá que esteja equivocado, a bem dos portugueses.
2 – O ministro
Centeno parece que não quer ficar em Portugal e cumprir o seu mandato, o
eurogrupo poderá ser o seu futuro. Não há, em principio, nenhum mal nisto, até
porque o lugar é de relevância dentro das instituições que compõem a EU. Porém,
se Centeno não ficar no lugar, haveria um denominador comum em três dos quatro
últimos ministros das finanças: Não cumprem o mandato até ao fim.
Ora, mesmo que seja
pura especulação, não creio que o seja, o lugar de ministro das finanças deverá
causar muitas chatices e problemas ao seu titular. Como vimos atrás, por razões
diversas, são poucos os ministros das finanças que terminam os seus mandatos.
Há aqui também uma pergunta que se impõe fazer: Será que o país é ingovernável?
Porventura esteja aqui a resposta para a afirmação: “As dívidas dos Estados são
perpétuas”.
José Policarpo
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