quarta-feira, 31 de maio de 2017

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM

                                                  ALGUNS ENIGMAS
Os sucessos da atual governação em matérias como o défice e o emprego, têm como causas o controlo da despesa, as reformas em sede de legislação laboral que foram levadas a cabo durante a intervenção externa e a conjuntura económica favorável. Veja-se a este propósito, o excelente comportamento das exportações no sector dos têxteis portugueses para o mercado espanhol. Os ventos estão de feição para a atual governação.
Todavia, há uma pergunta que deverá ser feita: Qual a participação direta dos partidos da extrema-esquerda nos alegados sucessos governativos? Admito que possa a estar a ver a coisa distorcida. O certo é que estes partidos defendem mais despesa pública, mais consumo privado através da reposição de salários, aumento dos escalões do IRS e mais serviços públicos. Portanto, poderemos concluir que, a tríade partidária, que apoia o atual governo não teve qualquer participação direta nos referidos sucessos, para além daquela que decorre da aprovação do orçamento do Estado.
Consequentemente, a ilação a tirar desta circunstância, porventura a politicamente mais relevante, reside na impossibilidade da geringonça terminar a legislatura sem que os partidos da extrema-esquerda também participem diretamente nos ganhos. Neste sentido, a segunda parte da legislatura será muito mais complexa de gerir do que a primeira. Oxalá que esteja equivocado, a bem dos portugueses.
2 – O ministro Centeno parece que não quer ficar em Portugal e cumprir o seu mandato, o eurogrupo poderá ser o seu futuro. Não há, em principio, nenhum mal nisto, até porque o lugar é de relevância dentro das instituições que compõem a EU. Porém, se Centeno não ficar no lugar, haveria um denominador comum em três dos quatro últimos ministros das finanças: Não cumprem o mandato até ao fim.
Ora, mesmo que seja pura especulação, não creio que o seja, o lugar de ministro das finanças deverá causar muitas chatices e problemas ao seu titular. Como vimos atrás, por razões diversas, são poucos os ministros das finanças que terminam os seus mandatos. Há aqui também uma pergunta que se impõe fazer: Será que o país é ingovernável? Porventura esteja aqui a resposta para a afirmação: “As dívidas dos Estados são perpétuas”.
José Policarpo


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