quinta-feira, 2 de março de 2017

SOBRE LOCAIS DE INTERESSE EM VILA VIÇOSA – Por Tiago Salgueiro

           A Câmara de Vila Viçosa e os seus edifícios
O imóvel número 43 da Praça da República (antigo Adro de São Bartolomeu), serviu, desde meados do século XVIII até 1757, como o edifício dos Paços do Concelho de Vila Viçosa.
Antes das funções públicas, no ano de 1728, pertencia a Miguel Cabral de Quadros, residente em Lisboa.
Depois da inauguração do atual edifício camarário, em 1757, foi a residência de Bartolomeu Fialho, que tinha por anexim o “Cabeleireiro”, e que aqui faleceu em 1776.
Era um homem generoso e de “largos cabedais” que contribuiu largamente, enquanto fundador da Irmandade, para a construção da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Milagres.
O edifício nº 43 foi modificado ao longo do tempo, mas mantêm a silhueta arcaica, com portais chanfrados e balcões de sacada, adintelados e de cornijas salientes, de mármore. Tem também um conjunto de ferragens de balaústres cilíndricos, da época de D. Pedro II.
Residem atualmente no local os descendentes do Sr. Hernâni Pereira e da D. Maria das Dores Rosado.
A primitiva DOMUS MUNICIPALIS estava inicialmente situada no interior do Castelo, em local impreciso, até que, também em data desconhecida, passou para a designada Praça Velha (a norte do local onde se encontra atualmente o Pelourinho e a Torre Albarrã).
Aqui estavam situadas todas as oficinas do concelho, nomeadamente os açougues, a cadeia e o celeiro comum do trigo. Entre 1662 e 1664, devido às Guerras da Restauração, às necessidades militares e às mudanças verificadas no Castelo, estes edifícios foram integralmente demolidos.
Desde 1664 até 1757, data de inauguração do atual edifício camarário, os serviços municipais funcionaram sempre em imóveis arrendados, na Rua de António Gançoso (no Castelo), de Cambaia (Rua Dr. António José de Almeida), Corredoura (Rua Florbela Espanca) e, como referimos, na casa dos atuais descendentes da Família Pereira.
No dia 2 de Julho de 1757, é inaugurado o novo edifício camarário, obra do mestre elvense José Francisco de Abreu.

Comemoram-se em 2017, os 260 anos da data da inauguração.
Tiago Salgueiro

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