A Câmara de Vila Viçosa e os
seus edifícios
O imóvel
número 43 da Praça da República (antigo Adro de São Bartolomeu), serviu, desde
meados do século XVIII até 1757, como o edifício dos Paços do Concelho de Vila
Viçosa.
Antes das
funções públicas, no ano de 1728, pertencia a Miguel Cabral de Quadros,
residente em Lisboa.
Depois da
inauguração do atual edifício camarário, em 1757, foi a residência de
Bartolomeu Fialho, que tinha por anexim o “Cabeleireiro”, e que aqui faleceu em
1776.
Era um homem
generoso e de “largos
cabedais” que contribuiu largamente,
enquanto fundador da Irmandade, para a construção da Igreja de Nossa Senhora da
Lapa dos Milagres.
O edifício nº
43 foi modificado ao longo do tempo, mas mantêm a silhueta arcaica, com portais
chanfrados e balcões de sacada, adintelados e de cornijas salientes, de
mármore. Tem também um conjunto de ferragens de balaústres cilíndricos, da
época de D. Pedro II.
Residem
atualmente no local os descendentes do Sr. Hernâni Pereira e da D. Maria das
Dores Rosado.
A primitiva
DOMUS MUNICIPALIS estava inicialmente situada no interior do Castelo, em local
impreciso, até que, também em data desconhecida, passou para a designada Praça
Velha (a norte do local onde se encontra atualmente o Pelourinho e a Torre
Albarrã).
Aqui estavam
situadas todas as oficinas do concelho, nomeadamente os açougues, a cadeia e o
celeiro comum do trigo. Entre 1662 e 1664, devido às Guerras da Restauração, às
necessidades militares e às mudanças verificadas no Castelo, estes edifícios
foram integralmente demolidos.
Desde 1664
até 1757, data de inauguração do atual edifício camarário, os serviços
municipais funcionaram sempre em imóveis arrendados, na Rua de António Gançoso
(no Castelo), de Cambaia (Rua Dr. António José de Almeida), Corredoura (Rua
Florbela Espanca) e, como referimos, na casa dos atuais descendentes da Família
Pereira.
No dia 2 de
Julho de 1757, é inaugurado o novo edifício camarário, obra do mestre elvense
José Francisco de Abreu.
Comemoram-se
em 2017, os 260 anos da data da inauguração.
Tiago Salgueiro
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