O RELATÓRIO DA OCDE
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)
apresentou-nos esta semana o seu Relatório Económico sobre Portugal.
Trata-se de um documento de carácter bianual em que a OCDE
actualiza a análise da situação económica dos países membros.
É um documento de importância maior para que compreendamos a
análise da OCDE sobre as várias envolventes da economia portuguesa, os seus
indicadores, onde se verificaram progressos, onde se mantém desequilíbrios,
onde permanecem riscos e onde é se verificam desigualdades.
Não sendo possível nesta crónica descrever, ainda que
resumidamente, o teor do relatório, pela sua importância deixaremos aqui
registadas as suas grandes linhas:
Progressos:
O aumento da % das exportações no PIB;
A balança comercial apresentar uma relação positiva.
Riscos:
Dívida pública e privada elevadas;
Baixo crescimento económico;
Baixo Investimento;
O crédito malparado no sector financeiro;
Baixas qualificações dos trabalhadores.
Desigualdades:
Portugal é um dos países mais desiguais da Europa, em especial na
pobreza;
Previsões:
Baixo
crescimento económico (1,2% em 2017 e 1,3% em 2018);
Baixo
investimento (0,7% em 2017 e 1,6% em 2018);
Taxa de
desemprego tende a estabilizar (10,1% em 2017 e 10,1% em 2018);
Ligeira
redução do défice em % do PIB (-2,1% em 2017 e -1,9% em 2018);
Ligeira
redução da divida em % do PIB (129,5% em 2017 e 128,2% em 2018).
Recomendações:
Continuar
reformas estruturais;
Continuar a
consolidação orçamental;
Salário
mínimo nacional. Com a subida do SMN para 547€ vinte por cento dos
trabalhadores portugueses estarão a ser remunerados pelo SMN, devendo
atender-se a outros factores que não apenas a decisão política para o aumento
do SMN;
Melhorar a
eficiência da administração;
Melhorar a
eficiência dos tribunais.
A análise
que a OCDE apresenta sobre a economia portuguesa estará próxima da análise
feita por outras organizações, incluindo algumas portuguesas, pelo que as
recomendações que nos transmite também elas são de alguma forma comuns para muitos
de nós.
Contudo, se
queremos um país mais competitivo, mais justo e menos desigual, teremos que
saber que muitas das reformas levam algum tempo a ter os seus efeitos, que a
consolidação orçamental é algo de fundamental importância, e que as decisões
politicas, per si, quando não devidamente ponderadas dos seus efeitos
financeiros, ainda que
trazendo um
beneficio imediato, podem originar perdas muito superiores aos benefícios.
Dito isto,
os conselhos da OCDE ficaram registados, veremos se têm eco.
Até para a
semana
Rui Mendes
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