Sempre com o propósito de prestar um bom serviço ao Concelho do Alandroal e suas gentes, com destaque para todos aqueles que se interessam por aprofundar a história desta “mui nobre e sempre leal vila do Landroal”, o Al Tejo descobriu esta pérola que me proponho compartilhar com todos vós.
É tarefa muito difícil, para mim que não tenho os conhecimentos necessários sobre estas matérias, tecer as merecidas considerações sobre a obra que vos vou dar a conhecer. Conto no entanto poder despertar em muitos que aqui passam e alguns até colaboram, e porque não os serviços competentes da Autarquia para um estudo e divulgação sobre o tema daquilo que outrora foi uma grande valia do nosso Concelho.
ARQUILÉGIO MEDICINAL
Em que se dá notícia das águas das Caldas, de Fontes, Rios, Poços, Lagos e Cisternas do Reino de Portugal e dos Algarves, e que pelas virtudes medicinais, que tem, ou por outro algum fim, são dignas de particular memória.
Escrito pelo Doutor Francisco da Fonseca Henriques, natural de Mirandela, Médico do Augustissimo Rei D JoãoV.
Impresso por ordem do Excelentíssimo Marquês de Abrantes – Conde de Penaguião & Cª em 1726.
Lisboa Ocidental na Oficina de Musica – M. DCCXXVI
Com todas as licenças necessárias.
Se clicar no link que se segue poderá consultar por inteiro o livro em referência:
http://books.google.com/books?id=XQXopEtuKEgC&printsec=frontcover&dq=inauthor:%22Francisco+da+Fonseca+Henriques%22&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=falseuriosidade(Curioso logo no inicio a quantidade de autorizações necessárias para a publicação do livro. Se tiver curiosidade em saber de alguma fonte da sua localidade é mencionada vá “folheando” página a página)
No entanto é no Capitulo III – Fontes Frias - a partir da página 193, que algumas fontes do Concelho do Alandroal são referidas e que passamos a dar conhecimento.
(Talvez possa haver mais referências noutros capítulos, mas numa primeira leitura, ainda que superficial, não demos conta).
FONTE COPIOSA
Na Vila do Alandroal, comarca de Elvas, há uma Fonte que não deve omitir-se, afim pela bondade e excelência das suas águas, como pela copiosa afluência delas, porque estando à flor da terra, corre com impetuosa abundância para seis largas bicas, as quais parece que não bastam para desaguar tanta quantidade de água, com que arrebenta muitas vezes a arca. Serve esta água para uso dos moradores daquela Vila, e a que lhe sobeja rega os principais jardins e hortas com que a terra se fertiliza, fazendo-se merecedora da opinião que logra de fresca e deleitavel. Tendo-se por coisa certa que a água desta fonte, se lhe comunica por um rio subterrâneo que passa entre a dita Vila e a Igreja de São Bento, o qual se via em dois algares, ou aberturas, que fez sempre de tal profundidade que tendo cem palmos de altura à terra, tenha cento e cinquenta a fundura da água a qual se reconhecia correr com violência
FONTE ESTIVAL
Na entrada que sai da Vila do Alandroal, Comarca de Elvas, para a Vila de Terena, em distância de um quarto de légua, há uma fonte a que chamam Santa, porque não correndo nos Invernos; que é menos necessária, brota em todos os Estios com abundância de água. De outras fontes semelhantes a esta fazemos menção no número 17. 47. 75. 117. 183. 206.deste capitulo.
CLXXXV.
FONTE SANTA
No termo da Vila de Terena, Comarca de Elvas, no baldio a que chamam Malhada Alta, há uma fonte de pouca água à qual chamam Santa porque se tem visto que bebê-la muitos enfermos tiveram remédio nas suas queixas, o que lhe atribuem o milagre de uma imagem de N. Senhora da Conceição que está pintada na fonte e não à especial virtude da água.
FONTE DE VALE DE PEZO
No termo da Vila de Juromenha, Comarca de Elvas está uma fonte a que chamam do Vale do Pezo, cuja água tem eficaz virtude para os achaques de pedra e areias; para o que a vão buscar de outras muitas terras.
Pesquisa Luís Tátá. Compilação Francisco Tátá
10 comentários:
Ora aqui está um assunto interessante e que penso ser do agrado de muitos visitantes. Seria bom que fosse explorado o mais possível, com a ajuda de todos, e em especial das Entidades competentes, a fim de se obter todo o conhecimento que esta matéria merece.
No que diz respeito à minha pessoa, o meu agradecimento.
OBS.
Francisco Manuel
(a) Há concerteza, em Portugal, especialistas nesta "área específica de
estudos" que podem ser consultados de molde a ser elaborada uma
pequena monografia sobre as Fontes do Alandroal e do Concelho .
Monografia que,de passagem, também podia incorporar os Chafarizes.
Tudo isto feito, em conjunto, com as Escolas envolvendo assim um maior
número de Colaboradores seniores e de jovens participantes.
Quanto à quantidade de informação obrigatória que referes e a Capa
contém, pode dizer-se, que era a pratica usual (e extensiva)no Seculo
XVIII e depois no Seculo XIX.
Mas, se repararmos nos livros actualmemte editados, contêm ainda mais
"informação obrigatória" (ex.o ISBN,tiragens,paginação, etc. ) só que
aparece, normalmente, remetida para a primeira pagina interior. De
modo a não sobrecarregar o primeiro olhar a que o livro apela e deve
merecer valorizando-se artisticamente : o Livro, o Olhar.E até o
Leitor.
É o que me parece.
Saudações Democráticas
Antonio Neves Berbem
Ps: Quanto ao Livro enquanto Fonte histórica, não deixa de se
apresentar como "uma bela relíquia" demonstrativa do tempo em que o
Alandroal tinha abundância de água, muita abundância mesmo "à Flor
da Terra".
Dito isto, pode ser que haja quem se decida por esta bela
Obra. A par de outras pequenas obras que volta e meia vão ocorrendo.
Um documento fantástico, sem dúvida, e que vem reforçar a importância da água no Alandroal. Parabéns pelo "achado".
Gostaria também de acrescentar que o plano que preparei para as aulas de Arqueologia e História Local, da Universidade Popular do Alandroal, para além das aulas mais teóricas, inclui um trabalho de pesquisa sobre alguns dos vários temas da história mais recente do Alandroal - os moinhos do Lucefecit, as lojas do Alandroal, as sociedades recreativas, as ruas, as personalidades, as fontes e chafarizes, as diferentes actividades económicas, ou outros que os alunos sugiram.
Naturalmente que não será um trabalho de "especialistas", até porque estou a falar de uma tarefa sem grandes pretensões, que se baseia sobretudo na procura de documentos, quer online no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, no Arquivo Distrital de Évora e na Biblioteca Nacional, quer directamente nos documentos disponíveis no Arquivo Municipal. Para além da pesquisa,num trabalho mais continuado, pretende-se organizar e trabalhar esses dados, assim haja tempo, vontade... e alunos.
Conceição Roque
É de louvar esta excelente iniciativa, empenho, disponibilidade e boa vontade
por parte da Dr.ª Conceição Roque e toda a colaboração demonstrada pelos seus alunos! F O R Ç A !
No que diz respeito à minha pessoa, o meu agradecimento.
Não sei se a presidente de câmara tem total conhecimento da competência, honestidade, disponibilidade e boa vontade da arqueóloga Drª Conceição Roque, mas se não tem devia ter pois é ela a arqueóloga da câmara com provas dadas no concelho à largos anos. Dou um conselho à presidente: deixe a Drª Conceição trabalhar e assumir responsabilidades em tudo o que se refere ao nosso património histórico, verá que só tem a ganhar com isso. E como diz o povo, não emprenhe pelos ouvidos com gente ignorante, aproveitadora e de mau carácter.Pense bem nisto que lhe escrevo!
Se me é permitido..., uma deliciosa conversa com uma simpática Sr.ª, de seu nome, "DÁDINHA", seria muito útil.
Peço a todos imensa desculpa pelo meu atrevimento e acredito que não será muito difícil desculpar.
Claro que não tem que pedir qualquer desculpa. Antes pelo contrário seria um excelente conselho e o reconhecimento de quem tanto sabia sobre o Alandroal.
Lamentavelmente a Dádinha já faleceu. No entanto um dos seus filhos, o Tói -tambem da Dadinha como ele gosta de ser reconhecido, herdou o gosto pela história do Alandroal e muitos escritos tem sobre este e outros assuntos. Dá-se o caso de o mesmo alem de amigo dos bancos da escola ser tambem colaborador deste espaço e manter a promessa de mais dia menos dia começar a divulgar por aqui os seus conhecimentos. Vamos aguardar!
Muito obrigado pelo seu comentário
F.Tátá
Em 1.º lugar, peço desculpa ao "Tói da Dádinha" e restante família; mas como resido muito longe da Terra, não tive conhecimento do seu falecimento. Nem sempre tenho informação do que aí se passa..., e foi o caso.
É com satisfação que tomei conhecimento que o seu filho "herdou o gosto pela
História do Alandroal..." e que irá dar o seu Valioso Contributo! OBRIGADA!
Quero também agradecer ao Francisco Manuel, (F.Tátá) o seu rápido esclarecimento, e a forma cordial e delicada da sua informação.
Agradeço a consideração que me dispensam alguns dos comentadores, espero fazer por merecê-la. Quanto ao meu curto trabalho no município, quem me dera poder continuar... há sempre muito trabalho para se fazer, depende da vontade, e a Sra. presidente sempre apoiou e esteve aberta às minhas iniciativas e propostas de trabalho e nestes 9 meses nunca senti haver algum entrave às actividades a que me tenho proponho; pelo contrário.
OBS.
( Aos comentários em destaque)
A analogia pode ser esta. Há coisa de um ano, tivemos um problema grave de saúde. Fomos como é obvio primeiramente a um médico de Clinica Geral. Como o problema se viesse a agravar, o Clinico geral, enviou-me depois para um médico Especialista.
E assim foi da convergência das duas acções médicas que o problema se resolveu. Digamos, portanto, que aconteceu o normal...graças aos 2 médicos.
Dito isto, acrescentarei e prevejo que todos os trabalhos,todos os meios e todos os resultados alcançados servirão certamente ao "imenso e Todo cultural" que é o Alandroal.Bem o merece!
Não tenho duvidas, que há presentemente e para tanto pessoas dedicadas e competentes (como sempre foi acontecendo ao longo dos anos mais recentes.Ou até mais recuados).
É mais uma vez o que me parece. É a opinião que estou aqui abertamente a
partilha. Todos teremos a ganhar numa terra com fortes raízes e "actores
culturais" que foram marcando criativamente os seus tempos aos mais
diversos níveis.
Cordiais saudações
Antonio Neves Berbem
Enviar um comentário