O ESTADO DO PAÍS
Aos poucos vamos alienando toda a nossa economia. A globalização
terá tido algum efeito, mas acima de tudo fazemo-lo pela debilidade financeira
a que o país chegou.
Lembro que a
preocupação há alguns anos era que o centro de decisão da banca e das empresas
se mudasse de Lisboa para Madrid.
Hoje essa
deixou de ser uma preocupação. Não existe sequer.
Hoje o
anseio é conseguir vender, em especial a banca, por um preço minimamente
aceitável.
Hoje o
desejo é que entre no país capital que permita resolver problemas financeiros,
criados por políticas erradas.
Hoje a
preocupação é reduzir as imparidades dos bancos, as quais atingiram dimensões
verdadeiramente dramáticas, e que não se conhece quem responda por elas. Parece
que aconteceram porque aconteceram, como se fosse algo normal. Aconteceram
porque não se avaliaram devidamente os riscos, porque se permitiu dar crédito a
quem não se devia, porque houve interesses que se sobrepuseram à boa gestão.
Hoje, e de
uma forma resumida, poderemos dizer:
A divida do
país aumentou;
O
crescimento em relação ao PIB diminuiu;
O rating do
país continua a ser lixo, e continuamos a necessitar de beneficiar do programa
de compra da divida por parte do BCE, o qual será este ano reduzido por decisão
do BCE;
A taxa de
juro que nos é aplicada aos novos empréstimos vai fazendo o seu caminho
ascendente.
O volume de
transferências de verbas para o exterior, para offshores e para outros
destinos, é uma realidade, e será um sinal em como os níveis de confiança dos
investidores no país é baixo. Em contraponto os emigrantes continuam a
transferir para o país as suas poupanças, algo absolutamente louvável e que se
regista pela positiva.
É certo que
reduzimos o défice, tanto por mérito do anterior governo, que fez descer o
défice em 8 pontos percentuais em 4 anos, como por mérito do actual que assumiu
a necessidade de acatar os compromissos europeus e deu continuidade a esse
objectivo, permitindo que Portugal possa sair do Procedimento por Défice
Excessivo,
É também
certo que o desemprego desceu, como vem descendo desde 2013.
E que o país
vive uma calma social, a qual é derivada pelo contexto governativo e pelas
forças que o apoiam, as mesmas que no passado promoviam uma permanente contestação
social.
Que a tensão
que se sente hoje no debate político é grande e parece que a tendência será
para um agravamento.
É este o
contexto em que nos encontramos.
Até para a
semana
Rui Mendes
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