O CRESCIMENTO DA ECONOMIA EM 2016
O Instituto Nacional de Estatística divulgou a taxa de crescimento
da economia portuguesa em 2016.
O PIB
cresceu 1,4% e o Governo parece ter explodido de contentamento.
Contudo,
atinge-se uma taxa de crescimento que não nos deve satisfazer.
Inicialmente
o Governo no Orçamento de Estado previa uma taxa de crescimento de 1,8% para
2016. Taxa esta que nunca foi credível para organismos internacionais e
nacionais, tendo sido revista em baixa pelo próprio Governo.
As previsões
mais recentes apontavam para um crescimento entre 1,2 e 1,3%, daí a satisfação
do Governo por se atingir uma taxa de 1,4%, só explicável por superar aquelas
expectativas.
Mas a
verdade é que a economia desacelera em 2016. Reduz em 0,2 pontos percentuais o
valor atingido em 2015.
A verdade é
que 1,4% é um baixo crescimento, e que não será com níveis de crescimento
baixos que o país conseguirá resolver todo o conjunto de problemas com que se
depara.
A verdade é
que, pelos dados que já se conhecem, algumas das economias europeias apresentam
taxas de crescimento que mais que duplicam a taxa de crescimento de Portugal,
casos da Roménia e da Espanha.
Um país que
apresenta baixos níveis de investimento, em que o sector financeiro apresenta
problemas e, enquanto factor fundamental de apoio à economia, não cumpre o seu
papel com a dimensão esperada, e que está tão vulnerável a oscilações externas,
não conseguirá atingir outros níveis de crescimento do PIB.
Mas há que
ter ambição.
Para atrair
investimento, condição para fazer crescer a economia e para colocar Portugal no
grupo de países que apresentam maiores taxas de crescimento, porque é esse o
caminho para que Portugal resolva os seus problemas de uma forma sustentada,
para que não se resolva um problema com a criação de um outro.
1,4% de
crescimento só é visto de uma forma positiva porque as expectativas estavam
baixas.
Em 2016
crescemos menos do que em 2015 e, só por esse facto, do desacelerar da
economia, já será factor de preocupação e, naturalmente, tudo menos algo
positivo.
Mas estamos
certos que não será por termos baixas expectativas que, quando as superamos,
deveremos jubilar.
Até para a
semana
Rui Mendes
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