QUANDO AS BOAS NOTÍCIAS NÃO SÃO NOSSAS!
Uma rádio local sediada no nosso distrito noticiou que vários
municípios do distrito de Évora pagam a fornecedores num prazo superior a
sessenta dias. O município de Évora figura nesse prestigiado ranking. A mesma
rádio identifica como fonte desta notícia, a direção geral das autarquias
locais, por isso, este número é oficial.
Na verdade, há muito que sabíamos que o município de Évora é um
péssimo pagador. Houve alturas, e, não há muito tempo, em que o prazo médio de
pagamentos a fornecedores, andava muito perto dos dois anos. Porém, a
informação noticiada pelo Senhor Presidente em que refere que a Câmara de Évora
não tem dívidas a fornecedores, foi desmentida pela tutela. De duas, uma: A
DGAL tem informação desatualizada, ou a Câmara de Évora, passou cá para fora
uma informação incorreta. Assim, ambas as instituições têm o dever de repor a
verdade.
Infelizmente, para os agentes económicos os incumprimentos são
geradores de problemas das suas tesourarias. Na atual situação em que a
obtenção de crédito está dificultada, quanto maior for o atraso nos pagamentos,
pior será a saúde financeira dos prestadores de serviços ou dos fornecedores de
bens. Por isso, a câmara municipal tem o dever de prover a esta situação, se
ainda não fez, terá de o fazer.
Dito isto, a economia local necessita de uma câmara municipal bem
gerida e com as suas contas em dias. De contrário, como agente económico de
peso na economia local, passa de parceira, a cangalheira.
Como nota final, sem deixar de reconhecer uma certa melhoria na
atual gestão financeira do município, até porque os números expressam essa
realidade, o facto relevante que contribuiu para esta melhoria está no aumento
dos impostos sobre os eborenses. E, o IMI teve um peso positivo na ainda muito
debilita saúde financeira do município.
Ora, a câmara municipal de Évora arrecadou nove milhões de euros
em receita fiscal com origem nos impostos pagos pelos eborenses, no de ano
2013. Diretos e indiretos. No ano de 2016 esta receita passou para quase 13
milhões de euros. Uma subida de 30%. Assim é muito fácil de dar boas notícias.
JosÉ Policaro
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