As boletas do velho Gasparão
Conta-se
que um dia, já ao escurecer, no inicio de uma noite de Inverno, o ti Gaspar,
mais conhecido por velho Gasparão, sem qualquer tipo de ofensa, Deus me livre,
mas era assim que a garotada e até os mais velhos o tratavam, pois sempre ouvi
tratarem o Ti Gaspar daquela maneira, quando se dirigia para casa, apanhou umas
boletas na Vila Velha e vá de as meter nas mangas da jaqueta. Encheu as mangas
e atou-as com um atilho. Meteu-se a caminho pela estrada da Boa Nova. A
estrada estava longe de ser alcatroada. Forçosamente, tinha que passar frente
ao cemitério. Não havia outro caminho. Nem uma simples vereda. Quando passava mesmo
em frente à porta do cemitério, começou a ouvir um som, do tipo, tac, tac, tac.
Desconfiado, olhava para trás mas não via nada. Mais desconfiado ficava.
Começou a andar mais depressa, mas quanto mais depressa andava, mais
repetidamente o som se ouvia devido ao maior número de boletas que caiam.
Quando chegou a casa, ia com a cara toda rosada e cansado, pois era um homem alto, forte e com uma razoável barriga. Era natural que se cansasse mais facilmente. A mulher, ao vê-lo naquele estado perguntou-lhe:
– O que é que tens homem?
– Parece que viste um fantasma!
O Ti Gaspar, não era capaz de falar, tal foi o medo que apanhou. Quando se acalmou é que reparou que não trazia boletas nenhumas. Foi então que se apercebeu que o receio era proveniente do som das boletas que caiam das mangas da jaqueta, pois tinham ficado mal atadas.
Luís de Matos
Quando chegou a casa, ia com a cara toda rosada e cansado, pois era um homem alto, forte e com uma razoável barriga. Era natural que se cansasse mais facilmente. A mulher, ao vê-lo naquele estado perguntou-lhe:
– O que é que tens homem?
– Parece que viste um fantasma!
O Ti Gaspar, não era capaz de falar, tal foi o medo que apanhou. Quando se acalmou é que reparou que não trazia boletas nenhumas. Foi então que se apercebeu que o receio era proveniente do som das boletas que caiam das mangas da jaqueta, pois tinham ficado mal atadas.
Luís de Matos
Sem comentários:
Enviar um comentário