Homenagem do Al Tejo a
Domingos Maria Peças
( Agora com textos do drº Egas Branco)
Ver
uma sala do cinema comercial (cinema Ideal, ao Camões, Lisboa) quase cheia de
um público maioritariamente jovem para assistir à projecção de uma das
obras-primas do Cinema Português, OS VERDES ANOS, realizado em 1963 por um
grande e saudoso cineasta, PAULO ROCHA, deixou-me por um lado surpreendido por
haver tanta gente, por outro expectante, em relação a qual iria ser a reacção
de um público jovem, como nós éramos em 1963, mais de 50 anos depois.
Na
estreia, em 1963, foi uma enorme alegria que sentimos, apesar do drama que se
desenrolava no ecrã, pela grande qualidade da obra, em nada inferior ao melhor
que então víamos, vindo do estrangeiro.
Agora,
foi a alegria de sentir que a obra interessou e julgo que agradou a este novo
público, mesmo sabendo que lhe será difícil compreender plenamente a ambiência
pesada, castrante, medíocre, miserável desses tempos do fascismo salazarista,
que Paulo Rocha mostrou como pano de fundo do drama do desencontro dos jovens
amantes (belíssimas interpretações, que ainda hoje por vezes emocionam),
consequência de sonhos não cumpridos, frustrações, impossibilidades de
realização.
2 comentários:
Sem a menor dúvida um dos filmes que marcaram o cinema português na passagem do cinema velho para o novo cinema. Texto que, à primeira leitura, parece inacabado. Mas depois da segunda leitura verifica-se que afinal está ali tudo. Ou quase tudo. Talvez uma referência à banda sonora do filme não fosse inadequada. O Carlos Paredes e a peça que compôs para este filme mereceriam essa referência. Afinal aquela extraordinária peça musical para guitarra portuguesa, ficou conhecida com o mesmo nome que o filme: "Verdes Anos"
Mais um excelente filme Português para a época e não só claro.
Que o meu querido Pai exibiu na bonita Vila do Alandroal.
Extraordinária crónica.
Aproveito a oportunidade para desejar
a todos os ALANDROENSES um FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO.
ASSIM COMO AO BLOG AL TEJO.
Artemiso Peças
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