Sexta, 30 Dezembro 201
Estamos no penúltimo dia do ano, tempo para fazer uma leitura
retrospectiva aos principais acontecimentos e aos grandes temas de 2016, embora
por razões de tempo limitada apenas aos que nos devemos orgulhar e aqueles que
poderão ter efeitos mais imprevisíveis em 2017.
Em relação aos primeiros registo 2 acontecimentos: Euro 2016.
Vencemos e fizemo-lo de uma maneira competente, deixando todos nossos hermanos
europeus vidrados em nós. Foi um feito histórico. Eleição de António Guterres
como 9º Secretário-geral da ONU. Um português a ocupar um cargo verdadeiramente
de dimensão mundial. Esperemos que tudo corra pelo melhor. O mundo precisa cada
vez mais de equilíbrios e lideranças. No segundo grupo assinalo 4 temas, dentro
de um rol mais vasto que aqui poderiam ser referidos: O BREXIT. O Reino Unido
irá formalizar a sua saída da União em 2017. Pelo que se vai sabendo nem um
plano para a saída existe, sendo que o processo será necessariamente moroso e
terá vários impactos que serão uma incógnita. Portugal certamente não estará
excluído desses efeitos. Contudo, a saída do UK da União fragiliza o projecto
europeu. E esse efeito é impossível de ser ultrapassado. Fluxos de migrantes. A
dimensão deste problema é tão grande que foi criando brechas na maioria dos
países da UE. Em 2017 o problema irá, no mínimo, manter-se, pelo que as brechas
tenderão a aumentar, tanto mais que países como a Alemanha, França e Itália
irão ter eleições, o que irá trazer dificuldades acrescidas no acolhimento e
integração destas pessoas. É um problema para o qual não se vislumbra um fim e
que resulta, em grande parte, da instabilidade política de muitos países do
continente africano e do médio oriente. Terrorismo. É o imprevisível, mas não
deixa de estar nas preocupações dos europeus, pese embora nunca se saiba onde
irá acontecer um ataque. Portugal, nem nenhum outro qualquer país estará
excluído de sofrer destes actos. Contudo, a frequência com que vão acontecendo
deixam necessariamente uma preocupação, pelo que manter as estruturas policiais
com as capacidades para intervir sempre que necessário é fundamental para
mostrar capacidade de prever actos e de conseguir reduzir os seus efeitos. Banca.
É um dos mais sérios problemas do país. Os custos do sector para os
contribuintes crescem ano após ano. Em 2017 o Estado irá iniciar o processo de
recapitalização da CGD, processo que terá sido adiado de forma não penalizar o
défice em 2016.Paradoxalmente este sector, e a CGD em particular por razões
óbvias, deveria estar com força e na primeira linha de ajuda ao crescimento
económico. Ao contrário, a CGD ainda vai dando uma ajudinha em sentido inverso
ao pretendido, não só não apresenta lucros, como ainda necessitando dos
recursos financeiros do Estado. A acrescer a tudo isto, paulatinamente, vão
saindo de depósitos milhões de euros, que não deixam de acontecer por razões
que se prendem com a falta de confiança no sector. E é assim que vamos iniciar
o ano 2017
Até para a semana
Rui Mendes
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