Quinta, 29 Dezembro 2016
Está a chegar um ano novinho em folha,
cheio de dias por estrear, de desafios para vencer, de trabalho duro, de
incompreensões, de fígados a escorrer bílis, de maledicência, de oportunismos
vários e de dolorosas preguiças ancoradas em encolher de ombros.
Será um ano em que morrerão mais uns quantos músicos, escritores e artistas
de cinema e as redes sociais se encherão de lamentos de gente que nunca os
ouviu, leu ou viu representar.
Será um ano em que nos iremos queixar do
calor no Verão, da chuva em Abril, do frio em Dezembro, e voltaremos a afirmar,
como todos os anos, que o tempo já não é o que era, embora não nos lembremos
exactamente de como era o tempo, quando era o que era.
Pelo menos até Outubro, iremos ter o
dirigente máximo do PSD a anunciar o fim do mundo ou a vinda do demónio das
profundezas para por um fim a esta maldita experiência governativa.
Quem perder o
campeonato de futebol irá acusar o resto do mundo dos erros próprios e garantir
que é um universo podre e a precisar de urgente limpeza.
As queixas continuarão a ser as mesmas,
em relação às mesmas coisas. Se não acontecer é porque não acontece, se
acontecer é porque já deveria ter acontecido e se estiver a acontecer dirão que
só quando estiver pronto é que acreditam.
Claro que quando estiver pronto
significa que aconteceu e voltamos à indignação do “já deveria ter acontecido
há mais tempo”.
Nada se alterará, as surpresas nunca
serão surpreendentes, excepto se acontecerem no quintal da vizinha, onde mora
sempre uma galinha melhor.
Os optimistas continuarão a ser
irritantes e os pessimistas continuarão cheios de razão e de seguidores, com as
suas variadas dores.
Os outros, os que não são tão optimistas
que vejam a luz onde ela não existe ou tão pessimistas que vão apagar a luz que
não existe, continuarão o seu caminho, a fazer aquilo em que acreditam. Com uns
dias melhores e outros dias piores, com mais ânimo ou mais desânimo, mas nunca
perdendo de vista o objectivo e o que é preciso fazer para o alcançar.
O próximo ano vai ser tão especial que ficará
gravado para sempre nas nossas vidas. Tal como este e todos os outros.
Grande ano aí vem. Com 365 dias para
viver intensamente, sorrir das aleivosias alheias, dar a cara pelo que
acreditamos e lutar. Lutar por um outro futuro colectivo sem esquecer o
presente, porque, como dizia o outro, a longo prazo estamos todos mortos.
No último dia deste ano lá estaremos na
Praça Grande, com um copo de tinto na mão, a brindar à dita e a saudar o
futuro. O tal que será o que quisermos que seja.
Até sábado
Eduardo Luciano
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