Sexta, 02 Dezembro 2016
A CGD parece não conseguir normalizar.
O povo tem razão quando diz que o que
nasce torto, tarde ou nunca se endireita.
O Presidente do
conselho de administração da CGD e mais 6 vogais, apresentaram esta semana a
sua demissão dos cargos.
Depois de tanto que se disse e se
escreveu o desfecho terminou na demissão.
Estes gestores acabaram por se demitir
porque se deixaram envolver e arrastar em questões politicas.
Se as demissões aconteceram pela
polémica gerada em torno da entrega das declarações de rendimentos, deverá
também dizer-se que ela foi fortemente alimentada pelos visados, os quais foram
ficando fragilizados ao ponto de deixarem de reunir condições para
desempenharem os cargos com a isenção que se lhes exige.
A CGD passou a estar no centro das
preocupações dos portugueses por uma razão simples, é que a banca é hoje uma
preocupação geral, justificadamente pelo sucedido com o BES, BPP e BANIF, e
pelo esforço que foi pedido aos portugueses para resolver problemas da banca.
E não se diga que esta instabilidade que
perdura há meses na CGD não tem impactos no banco. Tem e muitos. Os resultados
do banco assim o mostram.
Ainda esta semana a agência canadiana
DBRS ameaçou cortar o rating da Caixa Geral de Depósitos, colocando-a sob
revisão. E fê-lo por várias razões: pela dificuldade em alcançar melhor
rentabilidade e qualidade de activos, pelo plano de recapitalização e pelas
mudanças na administração.
Quer se queira quer não a CGD está há
muito sob escrutínio, e ao não ser conhecido o plano de reestruturação e de
capitalização da Caixa esse escrutínio será cada vez mais apertado.
A designação dos novos gestores do
Conselho de Administração será matéria absolutamente prioritária, não se
compreenderá qualquer demora, até porque as demissões eram, de alguma forma,
pressentíveis, pelo que estarão já pensados os nomes que se seguirão.
O Estado enquanto único accionista da
CGD será sempre o único responsável por todo este processo, e por todas as
perdas que o arrastar deste poderá originar, pelo que importará dar o rumo
certo ao banco público.
Até para a semana
Rui Mendes
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