Sexta, 30 Setembro 2016
Portugal perde competitividade.
Esta poderá, e deverá, ser a primeira
leitura aos dados do Relatório Global de Competitividade (2016/17) do Fórum
Económico Mundial, índice que integra 138 países. Ou seja, Portugal desde da
38ª para a 46ª posição, perde 8 lugares.
As razões que colocam
Portugal nesta posição são várias, desde logo a elevada carga fiscal (taxas e
impostos) e a instabilidade fiscal, regras fiscais que alteram com elevada
frequência, sendo estes factores principais da perda da nossa competitividade.
Também a instabilidade política, a
burocracia e a legislação laboral são referenciados como factores de perda de
competitividade.
Em boa verdade nada do referido será
surpresa para nós. Neste espaço, por várias vezes, alguns destes aspectos têm
sido mencionados como factores que influenciam negativamente o crescimento. E o
país terá que saber criar os necessários equilíbrios que permitam a atracção de
investimento, os quais terão que ser conseguidos com estabilidade politica,
fiscal e laboral, que permitam a confiança de quem investe.
Não caminhar nesse sentido é permitir
que, ano após ano, Portugal perca competitividade e se afaste cada vez mais de
ter uma economia mais competitiva e mais produtiva.
Mas, porque falamos de competitividade,
também poderemos chamar ao assunto a nossa região. Ou melhor, as 4 sub-regiões
(Alto Alentejo, Alentejo Central, Alentejo Litoral e Baixo Alentejo),
comparando-as com as demais regiões NUT III e segundo o Índice Sintético de
Desenvolvimento Regional (ISDR) de 2014 do INE.
Num total de 25 regiões NUT III, o Alto
Alentejo ocupa a 25º posição (última posição), o Alentejo Central a 17ª, o
Baixo Alentejo a 15ª e o Alentejo Litoral a 7ª posição, todas apresentando um
índice de competitividade abaixo da média nacional.
Ainda assim, o Alentejo Litoral
beneficiará da sua localização de região litoral, permitindo-lhe ganhos de
competitividade e estando numa posição relativamente próxima da média nacional.
Se fizermos idêntica análise segundo o
ISDR de 2011 e 2013 veremos que não se verificam mudanças significativas em
relação à posição no índice de 2014, pelo que se conclui da dificuldade em
melhorar a competitividade destes territórios.
Ressalvo que foi apenas abordado o
índice de competitividade, porque este é o tema desta crónica. Se fizéssemos a
leituras dos restantes dois índices (coesão e qualidade ambiental) certamente
ficaríamos com uma outra visão destes territórios.
Mas, ainda que a economia regional tenha
a influência de um conjunto vasto de factores (desde a preservação e valorização
do património natural e cultural, às infra-estruturas, aos recursos existente,
às empresas, etc) não deixa de ser fundamental dar competitividade, criando
mais
dinamismo nas regiões, para melhorar o
seu crescimento económico e social.
Até para a semana
Rui Mendes
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