Este texto tem origem no
artigo do Sr. Luís L. Faria, publicado no Al Tejo, em 26-07-2016, que li, ainda
sem nenhum comentário.
Pela força mística
emanada do texto, pensei, de imediato, em comentar, porém, o seu conteúdo
requer, em minha opinião e, no que concerne à Divindade Endovélica, como
elemento turístico, uma retrospetiva histórica/religiosa.
Sendo uma novidade na
vertente turística e, qualquer novidade provoca quase sempre uma motivação de
curiosidade e de aprofundamento do conhecimento é, como afirma Luís L. Faria,
uma mais-valia para o Concelho.
ENDOVÉLICO.
Numa lição de
história, no sempre saudoso colégio Diogo Lopes Sequeira,
no Alandroal, foi-nos ensinado que o Endovélico era uma
Divindade Celta, cujo Deus, figura em madeira, se encontrava no Mosteiro dos
Jerónimos, recolhido por Leite de Vasconcelos.
De dados
históricos alcança-se que o Endovélico é um Deus pré-romano, cuja popularidade
resistiu a este domínio, reportando-o, ainda, à idade do ferro, o que parece
dar razão àquele ensinamento.
Ainda
No palco do culto,
sem imagens, ora apresentado em São Miguel da Mota, os sacerdotes?! trajavam
vestes semelhantes à usadas pelos senadores romanos, o que parece indicar, assim como o seu espólio em mármore, que o Endovélico
era um Deus romano.
Numa outra análise
e tendo em conta a popular resistência do Deus, ao domínio romano, sem que este
lhe tenha mudado o nome e não proibindo o seu culto, parece que a fé Endovélica
coabitou em simbiose, servindo os dois povos.
O que acresce em
cultura, são as ilações que cada um possa obter da representação e dos estudos
Endovélicos, que o ajudará a compreender um passado remoto, mas apaixonante na
compreensão da fé e da nossa chegada ao Cristianismo.
É aqui, na minha
visão acerca do Património/Histórico edificado, que reside a minha reflexão,
fazendo-me recordar, muitas vezes, a frase do padre António Vieira, "não heide pedir pedindo, mas sim
protestando e argumentando, pois esta é a licença e a liberdade de quem não
pede favor, senão justiça"
TURISMO
Deixamos o Vale do
Lucifécit com todas as suas potencialidades, não esquecendo o que resta,
naquela região, da venda, pela Junta de Freguesia de Terena, da Igreja da N. S.
Senhora Conceição da Fonte Santa e, vamos passear nas ruas das freguesias do
Concelho.
Juromenha com a
sua fortaleza e a magnitude das suas paisagens, e os dois castelos em melhor
estado do que aquela. Mas todos a lembrar um passado histórico de afirmação
pátria. As suas igrejas ancestrais, sem esquecer todo o seu casario de branco
vestido, com rodapés amarelos e azuis.
Mas será esta a
condição que um Turismo de qualidade requer?
O que pensa quando
entra na sede do Concelho e avista a igreja da Consolação e o antigo Hospital?
(recordei, da Fonte das Bicas, a falta, que parece já esquecida, do seus dois
bustos)
O que diz do
centro histórico de Terena? Da sua pitoresca rua Direita?
Dos antigos Paços
do Concelho desta Vila?
Do Santuário de N.
S. da Boa Nova, a caminhar a passos largos para a ruína?
Da antiga e
outrora Casa do Povo de Terena? Do seu posto de Turismo?
Caro leitor, se
for sensível às nossas raízes, comungará, estou certo, como uma imensidade de
pessoas e, até com a literatura deste texto, subscrevendo sem reservas, na luta
pela conservação e defesa do nosso Património/histórico, as palavras daquele
grande orador da Língua Portuguesa, usando a licença e a liberdade de quem
não pede favor, senão justiça
Obrigado.
Hélder Salgado
Terena,
01-08-2016.
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