segunda-feira, 1 de agosto de 2016

REFLETINDO - Pelo Helder Salgado

Este texto tem origem no artigo do Sr. Luís L. Faria, publicado no Al Tejo, em 26-07-2016, que li, ainda sem nenhum comentário.
Pela força mística emanada do texto, pensei, de imediato, em comentar, porém, o seu conteúdo requer, em minha opinião e, no que concerne à Divindade Endovélica, como elemento turístico, uma retrospetiva histórica/religiosa.
Sendo uma novidade na vertente turística e, qualquer novidade provoca quase sempre uma motivação de curiosidade e de aprofundamento do conhecimento é, como afirma Luís L. Faria, uma mais-valia para o Concelho.

ENDOVÉLICO.
Numa lição de história, no sempre saudoso colégio Diogo Lopes Sequeira,
no Alandroal,   foi-nos ensinado que o Endovélico era uma Divindade Celta, cujo Deus, figura em madeira, se encontrava no Mosteiro dos Jerónimos, recolhido por Leite de Vasconcelos.
De dados históricos alcança-se que o Endovélico é um Deus pré-romano, cuja popularidade resistiu a este domínio, reportando-o, ainda, à idade do ferro, o que parece dar razão àquele ensinamento.
Ainda
No palco do culto, sem imagens, ora apresentado em São Miguel da Mota, os sacerdotes?! trajavam vestes semelhantes à usadas pelos senadores romanos, o que parece indicar,   assim como o seu espólio em mármore, que o Endovélico era um Deus romano.  
Numa outra análise e tendo em conta a popular resistência do Deus, ao domínio romano, sem que este lhe tenha mudado o nome e não proibindo o seu culto, parece que a fé Endovélica coabitou em simbiose, servindo os dois povos.
O que acresce em cultura, são as ilações que cada um possa obter da representação e dos estudos Endovélicos, que o ajudará a compreender um passado remoto, mas apaixonante na compreensão da fé e da nossa chegada ao Cristianismo.
É aqui, na minha visão acerca do Património/Histórico edificado, que reside a minha reflexão, fazendo-me recordar, muitas vezes, a frase do padre António Vieira, "não heide pedir pedindo, mas sim protestando e argumentando, pois esta é a licença e a liberdade de quem não pede  favor, senão justiça"

TURISMO
Deixamos o Vale do Lucifécit com todas as suas potencialidades, não esquecendo o que resta, naquela região, da venda, pela Junta de Freguesia de Terena, da Igreja da N. S. Senhora Conceição da Fonte Santa e, vamos passear nas ruas das freguesias do Concelho.
Juromenha com a sua fortaleza e a magnitude das suas paisagens, e os dois castelos em melhor estado do que aquela. Mas todos a lembrar um passado histórico de afirmação pátria. As suas igrejas ancestrais, sem esquecer todo o seu casario de branco vestido, com rodapés amarelos e azuis.
Mas será esta a condição que um Turismo de qualidade requer?
O que pensa quando entra na sede do Concelho e avista a igreja da Consolação e o antigo Hospital? (recordei, da Fonte das Bicas, a falta, que parece já esquecida, do seus dois bustos)
O que diz do centro histórico de Terena? Da sua pitoresca rua Direita?
Dos antigos Paços do Concelho desta Vila?
Do Santuário de N. S. da Boa Nova, a caminhar a passos largos para a ruína?
Da antiga e outrora Casa do Povo de Terena? Do seu posto de Turismo?
Caro leitor, se for sensível às nossas raízes, comungará, estou certo, como uma imensidade de pessoas e, até com a literatura deste texto, subscrevendo sem reservas, na luta pela conservação e defesa do nosso Património/histórico, as palavras daquele grande orador da Língua Portuguesa, usando a licença e a liberdade de quem não pede favor, senão justiça
 Obrigado.
Hélder Salgado
Terena, 01-08-2016.

 


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