Quarta, 29 Junho 2016
O resultado das eleições gerais em Espanha deste domingo, não
veio por fim às dificuldades existentes para a constituição de um governo com o
apoio maioritário no parlamento.
O partido popular embora tenha ganho e reforçado o resultado face às
eleições de Dezembro de 2015, continuará a necessitar do apoio do partido
socialista operário espanhol, para formar governo. Deste modo, podemos afirmar,
que, neste particular, as coisas pouco ou nada mudaram do ponto de vista
formal.
Porém, a situação politica em Espanha
mudou consideravelmente com o reforço do número de deputados obtido pelo
Partido Popular, mais catorze do que aqueles que teve em Dezembro último. E,
por isso, do meu ponto de vista, este facto contribui para alterar o panorama
político em Espanha. Por outro lado, o resultado obtido pelo podemos e a
esquerda unida, que, juntos mantiveram o resultado tido em Dezembro, também,
coloca o partido popular numa posição mais favorável nas negociações para a
formação do futuro governo espanhol
Assim, pela leitura que faço das
declarações do líder do PSOE proferidas no rescaldo do acto eleitoral afirmando
que o reforço politico do PP deveu-se à forma inadequada e populista como o
líder do podemos terá conduzido as negociações para a formação de um governo
com base nos resultados das últimas eleições. Estou, com efeito, em crer que o
podemos ficará totalmente de fora de qualquer entendimento para uma solução de
governo. O sectarismo e o populismo são, portanto, os grandes derrotados nestas
eleições. Não há outra leitura, pelo menos séria, a fazer.
Neste contexto, há outra leitura que é
possível fazer. O eleitorado espanhol derrotou o populismo demonstrando uma
grande maturidade política. Se quisermos fazer um paralelismo com a realidade
politica portuguesa, impõe-se fazer a seguinte pergunta: Sendo o bloco de
esquerda muito próximo do podemos e apoiante da solução governativa portuguesa,
quanto tempo demorará o partido socialista a perceber que não está bem
acompanhado? A última convenção do bloco de esquerda, no passado fim-de-semana,
demonstrou à saciedade que não quer o Euro, que não quer a união europeia. Por
isto tudo, duvido, até, que, saiba o que pretende, para o nosso país.
José Policarpo
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