sexta-feira, 17 de junho de 2016

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM TEM ASSINATURA DE RUI MENDES

                                                                          Brexit
Sexta, 17 Junho 2016
O tema desta crónica vale pela inquestionável importância que tem. Para nós e para as gerações futuras.
O Reino Unido irá votar no próximo dia 23 a sua permanência na União Europeia.
Este referendo acontece como consequência do novo acordo estabelecido entre os britânicos e a Comunidade Europeia e quando, tudo levava a crer, que o resultado seria a de uma votação clara na manutenção do UK na União Europeia.
Neste contexto, o primeiro-ministro britânico viu aqui uma oportunidade de ganhos políticos, quer dentro do partido conservador, quer ainda ao dar a “voz” ao povo, permitindo que este se pronunciasse sobre uma matéria que, na sociedade inglesa nunca terá sido pacífica. Talvez se tenha enganado.
Acontece que com o aproximar da data do referendo as intensões de voto, plasmadas nas várias sondagens, dão como certa uma vitória da saída.
É a resposta dos apoiantes anti-imigração e anti-europa, particularmente por parte dos ingleses.
Se o Reino Unido sair da União Europeia a UE ficará bem mais fraca e pobre.
Enfraquece politicamente porque a Reino Unido é o país europeu com maior influência política e o mais fiel aliado dos Estados Unidos.
Enfraquece militarmente porque o Reino Unido é o país europeu com maior poder militar, e tem participado, muitas vezes liderado, as forças de intervenção militar que tem combatido os movimentos terroristas e os Estados totalitários.
Enfraquece economicamente porque o Reino Unido é a segunda maior economia europeia e um dos países europeus em que o rendimento per capita é mais elevado.
Enfraquece socialmente porque o UK deixa de ser um país a ajudar a resolver problemas sérios com que a Europa se debate, entre outros, os dos movimentos migratórios.
Enfraquece territorialmente porque a Europa “perde” dimensão territorial e populacional.
Mas seja qual for o resultado do referendo a questão já criou instabilidade. Dentro dos países da EU pelas preocupações e efeitos que criará a saída do UK e pelo que poderá ser posto em causa do projecto europeu. Dentro do Reino Unido porque depois deste referendo o UK ficará um país dividido e sabe-se lá que efeitos terá na integridade territorial do país. Não esquecer que o Reino Unido é constituído pela Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales, e esta matéria não terá igual entendimento em cada um daqueles territórios.
Portugal será um dos países que mais sentirá esta saída, quer por ser o seu tradicional aliado, quer pela proximidade territorial que existe entre os dois países, quer pelas relações comerciais que se estabeleceram entre Portugal e o UK, mas muito especialmente porque no UK vive uma forte comunidade de cidadãos portugueses e que foram para o Reino Unido num contexto de uma Europa sem fronteiras de livre circulação de pessoas e bens, e essa condição poderá perder-se.
O próximo dia 23 terá uma inquestionável importância porque a ser escolhido obrexit perdem os britânicos e perdem os europeus.
Até para a semana
Rui Mendes

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