sexta-feira, 24 de junho de 2016

A CRONICA DE OPINIÃO DE HOJE TRANSMITIDA NA RÁDIO DIANA/FM TEM ASSINATURA DE RUI MENDES

                                                             CGD

Sexta, 24 Junho 2016
A banca está ao rubro.
Não pelas razões que deveriam pôr a banca nas primeiras páginas dos jornais, tais como razões de concorrência, rentabilidade, apoio à economia (às famílias e empresas). Mas pelas piores razões.
Quando em Dezembro passado fomos “surpreendidos” com o caso BANIF, após já terem acontecido os casos do BPN, BPP e BES, quisemos acreditar que seria o ponto final nos desequilíbrios do sector.
Mas não. Infelizmente não, porque os contribuintes serão mais uma vez chamados a contribuir. É a triste missão da condição do contribuinte.
Contribuir de uma forma forçosa e sem sequer se saber quais as razões porque temos que contribuir.
Desta vez iremos contribuir para a Caixa Geral de Depósitos.
Certamente com um montante expressivo, pese embora ainda não seja conhecido o montante da recapitalização, mas os sinais indicam que o montante será bastante elevado.
Mas não estamos num Estado democrático? Num Estado em que tudo está sujeito a ser escrutinado?
Então que se criem as investigações necessárias para o cabal
esclarecimento das razões porque a CGD está numa situação financeira tão débil.
Que se apurem as razões e os responsáveis, porque a transparência a isso obriga.
Certamente que por detrás das perdas estarão empréstimos mal sucedidos, crédito malparado, investimentos que não terão tido a rentabilidade esperada, e outras razões, algumas até poderão ter cabal explicação por razões que se prendem com as condições de mercado e de concorrência do sector.
Quer queiramos quer não a reputação do sector bancário está em níveis muito baixos. Hoje existe uma permanente desconfiança no sector bancário, por razões objectivas, e o sector bancário não conseguirá apagar tão cedo os danos causados na sua credibilidade e imagem.
E um sector como o bancário vive muito da confiança, pelo que é de fundamental importância recuperar a credibilidade do sector.
Mais uma vez vamos acreditar que a CGD foi a última instituição bancária para que se pede apoio aos contribuintes. Porque se nos tempos mais próximos algo semelhante voltar a acontecer a outra instituição bancária creio que entramos num caminho de total descrédito de sector.
Ainda assim, deverá dar-se a conhecer aos portugueses as razões das perdas da CGD e, também, os seus responsáveis. As decisões têm que ter rostos, pese embora neste país seja tão difícil achar um responsável por uma decisão danosa, como achar uma agulha num palheiro.
Até para a semana
Rui Mendes


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