sexta-feira, 6 de maio de 2016

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE PELA RÁDIO DIANA/FM

                                                     Défice orçamental

Sexta, 06 Maio 2016
A questão do défice orçamental tem sido o principal tema de debate entre governo e oposição.
E não é para menos, o assunto tem uma enorme importância.
Para uma leitura mais esclarecida da matéria refira-se que Portugal vem apresentando sucessivos défices orçamentais há décadas.
Mas recuemos a 2007. Após um défice de 3% em 2007 e 3,8% em 2008, o défice dispara em 2009 para 9,8% e para 11,2% em 2010.
Algo absolutamente insustentável, que deu origem ao recurso ao empréstimo externo e ao programa de ajustamento, e que levou à situação orçamental e financeira que todos conhecemos e vivemos.
Dito isto, o anterior governo iniciou a governação com um défice de 11,2% e entregou a governação com um défice de 3,2% (sem BANIF).
Reduziu-se, em 4 anos, o défice em 8%.
Com muitos custos de ordem social e económica, mas cumprindo, em grande parte, os compromissos decorrentes do programa de ajustamento. E deixando o país com uma credibilidade económica que havia perdido.
As regras europeias nesta matéria são claras. E foram estabelecidas por acordo entre os países que integram a União Europeia, entre os quais Portugal.
Estar na União Europeia é, também, ter de cumprir regras. É respeitar os compromissos macroeconómicos assumidos. É contribuir para o equilíbrio económico da zona que integra.
E faz sentido que assim seja, para que os países não desenvolvam políticas despesistas, promotoras de desequilíbrios orçamentais e que afectem os outros países.
A Comissão Europeia veio recentemente actualizar a previsão do défice orçamental português para 2016, prevendo um défice de 2,7%. A previsão do governo fica 0,5% abaixo daquele valor.
Caso o défice fique nos 2,7%, reduzindo apenas meio pp em relação ao ano anterior, a redução não será significativa e obrigará a que nos próximos anos o esforço de consolidação orçamental tenha que ser mais expressivo, porque com mais ou menos tolerância por parte da Comissão Europeia, o certo é que as metas terão que ser atingidas.
Ainda assim, o positivo será apenas o de Portugal sair do procedimento por défice excessivo.
Até para a semana
Rui Mendes


Sem comentários: