quinta-feira, 12 de maio de 2016

CINE CLUBE DOMINGOS MARIA PEÇAS

         Homenagem do Al Tejo a Domingos Maria Peças

                   ( hoje a cargo do Rufino Casablanca)

                                    CICLO CASAIS DO CINEMA
                Dino di Laurentis e Silvana Mangano
Título Original: “Mambo”
Título Português: “Mambo”
Idioma: Italiano
Produção: Dino di Laurentis e Carlo Ponti
Argumento: Guido Piovene, Ennio de Concini, Robert Rossen….
Música: Bernard Noriega e David Gilbert
Realização: Robert Rossen
Intérpretes: Silvana Mangano, Michael Rennie, Victorio Gassman, Shelley Winters….

Dino di Laurentis e Carlo Ponti produziram este filme, em 1954, para a Paramount Pictures Corporation. É, portanto, uma produção Italo/Americana que tem como principal atracção a actriz Silvana Mangano, então no auge da sua beleza. Na verdade Silvana chega ao cinema através da beleza, muito antes de revelar, com o correr dos anos, um enorme talento.
Mas já que aqui falamos da beleza desta mulher, como curiosidade importa referir que, em 1947, concorreu ao título de Miss Itália.
Ficou em 4.º lugar.
Em primeiro lugar ficou Lúcia Bosé, e foi coroada Miss Itália; a segunda foi Gianna Maria Canalli; a terceira foi a Gina Lolobrigida; e finalmente lá aparece a nossa Silvana Mangano. Todas elas viriam a ocupar lugares de relevo no cinema italiano nas décadas de cinquenta, sessenta e setenta.
Um naipe de mulheres muito bonitas, convenhamos.
Lúcia Bosé, depois de fazer carreira no cinema italiano, acabou por casar com o matador de touros espanhol Luís Miguel Dominguín e é mãe do cantor Miguel Bosé. (o realizador espanhol, Pedro Almodovar, fê-lo estrela de muito mérito em vários dos seus filmes). A última vez que a vi – no filme “Crónica de uma Morte Anunciada”, baseado no romance de Gabriel Garcia Marquez, representava o papel de uma matriarca com mais de setenta anos. Bela e grande actriz até ao fim – Gianna Maria Canalli, grande dama do cinema italiano, também trabalhou até ao fim, sempre dirigida por grandes realizadores. Quanto à Gina Lolobrigida, para quê qualquer conversa? Todos sabemos da sua arte.
(Compomos o papel na máquina para escrever sobre o casal Silvana Mangano/ Dino di Laurentis, e depois perdemo-nos em conversas paralelas. Escrever sobre cinema sempre foi como tirar cerejas de um cesto).
                                                    Vamos lá então ao “Mambo”:
O enredo é do mais banal que alguma vez se viu em cinema:
“Joana, uma rapariga pobre de Veneza volta à cidade natal como grande bailarina.. Adorada pelo grande público, tem um enorme êxito. Ninguém a reconhece excepto dois homens. Dois homens que ela amara e por eles fora amada. Um, pobre e oportunista e outro rico e também oportunista. A partir desta situação desenvolve-se uma acção que no final a leva a voltar aos palcos de novo só.”
O que salva o filme é a interpretação de Silvana Mangano e Victorio Gasman, o pretendente pobre.
Os grandes filmes de Silvana viriam depois: “Arroz Amargo” , “Ana”, etc…etc…
Contudo, as suas melhores interpretações – em nossa opinião – queremos deixá-las aqui: “Morte em Veneza”, de Luchino Visconti – “Duna”, de David Lynch – “Olhos Negros”, de Nikita Mikhalkov. 
Morreu em Madrid em 1989, quando já estava separada do marido.

Dino di Laurentis
Italiano, nasceu em 1919. Foi casado com a Silvana de 48 a 88. Morreu em Hollywood em 2010.
A única actividade que exerceu no cinema foi a de produtor.

Lista de alguns dos filmes em participou:
“Mambo” – aqui acima mencionado
“Serpico”
“Os Três Dias de Condor
“Flash Gordon
“Duna”
“Uma Noite Alucinante”
No início da década de oitenta mudou a sua residência para os Estados Unidos da América, terminando assim a parceria que durante muitos anos teve com Carlo Ponti.

Rufino Casablanca
Terena – Monte do Meio – 1995


      

3 comentários:

Anónimo disse...

Quer na Sociedade Artística, como "nos Casarões", este filme e outros mais eram avida e atenciosamente vistos, e revistos, pelos habitués daqueles espaços, não só pelo "enredo" (Dino de Laurentis e Carlo Ponti não eram, ou foram, uns quaisquer Realizadores) mas muito também, na película em apreço, pelo "troço de mulher" que era Silvana Mangano.
Assim o escrevo como ouvidor dos comentários finais dos críticos participantes (como Rufino Casablanca e outros) à saída dos espaços - de Inverno molhados, de Verão suados.
Ao tempo, puros interessados cinéfilos por obra de, DOMINGOS MARIA PEÇAS.
No presente, a memória do passado deveria servir-nos para abrir caminhos futuros mais JUSTOS e FRATERNOS!!!.
BEM HAJAM todos.

A. Fontes Coelho







Anónimo disse...

Bom troço de cabelo, compadre Tói!

Anónimo disse...

Caro RUFINO !!! Quantas recordações fizeste acordar na minha memória, desses tempos de juventude cheios de ilusões, algumas grandiosas outras nem tanto...Com respeito a ilusões,é bom recorda-las,sinal de que o alemão anda bem longe!!! mas voltemos ao tema,cinema !!! naqueles tempos, eram realizados filmes com algo de humanidades nos seus temas e integrados por artistas (Femininos e Masculinos) de bom gabarito, desde as suas interpretações, até a presença física, com especial relevo para a beleza DELAS !!! Hoje o cinema não é tanto assim, relevam a violência tanto social como politica (talvez sinais destes tempos!!), a massa de tomate,o tiroteio,os seres de outros planetas,os mortos vivos,etc,etc,etc...O meu agradecimento, por me teres feito recordar aqueles tempos de adolescência,onde na maioria das vezes, aquilo que idealizámos, não se concretizou...No entanto, demos a volta ao texto !!!!! Aquele abraço !!!
Peter of Milo