quinta-feira, 3 de março de 2016

ORELHUDOS DO CARAÇAS - Rubrica de A.N.B.

i)                Estados de Espírito
Li e ouvi há dias que o ex-primeiro ministro Pedro Passos Coelho estaria “em estado de obstipação”. Como não sabia bem o que o termo queria significar, fui ao dicionário da P. Editora e verifiquei que “obstipado” é aquele que (mais palavra menos palavra): “anda com prisão de ventre e a curvar-se para a frente”.
 Pois bem, é isso mesmo que está a ver-se: P.P.Coelho é um tipo de político que anda a digerir muito mal e, de forma errática, o desaire que sofreu em Novembro curvando-se obstipadamente para onde a cagança for necessária.

Se repararem bem, anda a mudar de estratégia eleitoral semana sim, semana não. Ganhando perdeu-se no confronto democrático com António Costa.
Dizem que é muito teimoso e um neoliberal encarniçado. Acrescentarei, em contrapartida, que tem um discurso politico enviesado, acavacado que, por vezes, só mesmo ele é que perceberá.
Como se tudo isto não bastasse, P.P.Coelho vai deixando em aberto a hipótese de voltar ao poder e ao governo sem novas eleições antes do final desta legislatura. O topete!
De permeio, lá vai dizendo que não tem a mania de ser “um- sempre- em pé” de qualquer maneira.
Portanto, temos aqui o exemplo de um politico português que em vez de aproveitar o tempo na Oposição para ler uns livros e para estudar e aprender que os portugueses não são assim tão distraídos e ingénuos quanto julga, (re)iniciou uma corrida  errática na (re) conquista do poder.
Digamos, em síntese, que P.P.Coelho anda a dar o passo maior que a perna e já devia ter percebido que, em política, a pressa é má conselheira. Pergunto mesmo, se julga que terá o país e o PSD com ele? Ou se vai apenas continuar obstinado/obstipado?...   
 
ii)         Estado das Coisas
Não tenhamos duvidas que «a situação dos refugiados» vai ser  um dos maiores problemas europeus e do mundo nesta fase do século XXI. Os sírios e as suas crianças são gente como nós.
Para não estar, no Al tejo, com mais retórica, trata-se de intervir na resolução de valores humanos e sofrimento a que ninguém, nenhuma organização, nem nenhum estado pode ficar indiferente.

Diria mais, mais dia menos dia, vai começar uma outra vaga de refugiados vindos da «África subsaariana» que vão aceitar que, Portugal, entre nas suas vidas como porto de abrigo e de destino.
Neste sentido, fez bem António Costa (ao lado de Ângela Merkl) em antecipar para Portugal a possibilidade e a prioridade de acolhermos 10.000 refugiados. Parece muito. Na nossa opinião, este número ainda peca por ser escasso.
 Explicando-nos.
Feitas umas contas rápidas, poder-se-á verificar que tendo Portugal mais de 300 Concelhos, a cada concelho poderá vir a caber a recepção de 35 refugiados, mais ou menos 7/8 famílias um número que temos, aliás, ainda por insuficiente.
Por isso, afirmamos que Portugal podia fazer uma proposta na ordem dos 15.000 refugiados o que elevaria o número de famílias para a dezena. Um acréscimo quase sem relevância.
A questão que colocamos é esta: será que, a titulo de exemplo que seja, um Concelho despovoado como o Alandroal (como está a grande maioria dos nossos Concelhos) não está em condições de receber  10 … em vez de apenas 7 famílias. Já repararam nas mais valias desta diversidade cultural introduzida no país para além de apregoados medos xenófobos? 
Nas relações internacionais, ter activos numa área humana como esta podia dar-nos margem para reclamar activos noutra áreas e noutros campos das relações comunitárias, europeias e multiculturais do mundo actual.
Alguém pode deixar de estar atento à experiência de que mais do que impedir, o que se torna necessário é regular os fluxos de refugiados, sabendo-se, como a História o prova, que os grandes fluxos migratórios são invencíveis.
Como o foram os primeiros fluxos dos bárbaros do norte (que eram assim chamados apenas por não falarem Latim) e mandaram rapidamente o Imperio Romano para o caraças.
                
      iii)      Estado da Terra
               Talvez não fosse má ideia ir reparando que o PSD anda a dizer  que tem como objectivo “                     ser a principal potência autárquica do  país conquistando o maior numero de presidências                     de Câmaras”.
               Pois bem, como alandroalense, estaria atento a esta circunstância. Assim como não deixaria               de estar atento às voltas que a politica local (e os novos actores) pode(m) vir a apresentar.                     Além disso, convém também ter em conta que esta “maioria absoluta” que vem governando                o Concelho, está longe de ter o desempenho que seria de esperar. Isto para não falar do                        fraco  envolvimento da vereação.
               Por outras palavras, alguém acha que a democracia participativa local teve por aqui algum                  aprofundamento nestes últimos dois anos? Alguém ainda acha que “o baião” é a próxima                     solução cultural para o Alandroal?
               Pergunto, por fim, se já meditámos, no programa deste Governo, onde está determinado (só                por estar?) que as Autarquias vão no sentido das Assembleias Municipais terem poderes                        reforçados de fiscalização politica e de serem capazes de identificar o que tem mais sentido                 que seja (bem) gerido a nível local?  
               A autonomia local, dispensa ou não, o velho hábito da “cultura de capelinhas” e “dos feudos                partidários enquistados” em níveis de decisão locais que pretendem apenas manter-se e                         reproduzir-se no poder?
                Como é?

António Neves Berbem
    ( 3/ Março/2016)


4 comentários:

Anónimo disse...

A autonomia local, dispensa ou não, o velho hábito da “cultura de capelinhas” e “dos feudos partidários enquistados” em níveis de decisão locais que pretendem apenas manter-se e reproduzir-se no poder?
Como é?


Com todo o respeito, deve o amigo andar à procura do Santo Graal.
Claro está que a autonomia local não dispensa o velho hábito da cultura de capelinhas.

"Como é ?"

É ASSIM MESMO, TANTO BLÁ BLÁ PSEUDO INTELECTUAL PARA QUÊ CARO BERBEM?????

Anónimo disse...

"CARO BERBEM"...

É proibido fazer críticas depreciativas.
Colabore se faz favor.

Anónimo disse...



OBS.


Caro Comentador das 13.15


Colaborar é o que ando a fazer há uns anos.Agora o que é preciso também

ver é se o devemos fazer com um "olhar critico, acrítico ou (até) pós

critico.

Diga aqui, entre os nossos botões, e para o Al tejo, qual é a melhor

opção.

Eu procurarei em todo o caso aceitá-la embora possa não a seguir.


Com os Melhores cumprimentos


Antonio Neves Berbem

Anónimo disse...

"Diga aqui, entre os nossos botões, e para o Al tejo, qual é a melhor

opção."

Então lá vai:
Com o comentário de 04 Março, 2016 13:15 quis apenas mostrar a minha ironia como repúdio pela forma como sempre os mesmos comentadores se têm manifestado contra tudo o que aqui vem escrevendo no Al Tejo.
Sendo assim, a opção que recomendo é que não perca tempo com ruins defuntos.
Para terminar, um dito popular: "na sua terra ninguém é profeta".
E sabe porquê? Não preciso dizer, sabe-o também como eu.