sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A CRÓNICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM


                                                            Preocupações

Sexta, 26 Fevereiro 2016
A nossa vida depende, em muito, dos vários acontecimentos externos e internos. Daí que deva ser uma preocupação quando os cenários são de instabilidade.
Preocupa a instabilidade europeia, resultante das diferenças económicas e sociais dos países, mais acentuada desde o alargamento a 28 membros. Esta Europa a 28 tem desequilíbrios que não deverão ser resolvidos nas próximas décadas.
Preocupa os movimentos migratórios que acontecem na Europa e os muros que se vão construindo e que, acima de tudo, mostram as fraquezas do diálogo europeu e das suas lideranças, e que a lógica dos estados se sobrepõe, em muito, ao espirito europeu.
A manter estas posições caminhamos para o princípio do fim de uma Europa sem fronteiras, o fim de um dos maiores sucessos europeus – o espaço sem fronteiras, o denominado espaço Schengen.
Preocupa a posição Inglesa na Europa, e os múltiplos regimes de exceção que lhe são dados para a manter na União Europeia.
Claro que o Reino Unido é um fragmento fundamental da europa. Mas os países devem aceitar as regras estabelecidas.
Se se permitir que cada país tenha um qualquer regime de exceção não estaremos certamente a construir um espaço comum, com regras comuns. Estamos a caminhar para a construção de uma Europa de 28 diferentes espaços. Não será este certamente o espírito da construção da Europa.
Em Portugal preocupa o clima de tensão que se vive.
Com acusações constantes e com as posições extremadas.
Hoje parece que quem está no poder nada tem a ver com o passado e com o facto de Portugal ter estado sob um programa de assistência financeira, razão que esteve na origem de muitas das medidas então implementadas. Tenhamos pois bom senso.
Um olhar retrospectivo do Portugal da última década ajudará certamente a compreender o período que vivemos e o que iremos viver.
Preocupa a situação da banca.
A banca que há anos atrás era o sector virtuoso da nossa economia, hoje representa o buraco negro dessa mesma economia, tal foi a forma como foi gerida durante os últimos anos.
Hoje preocupa sobremaneira os impactos que BPN, BPP, BES e BANIF (e esperemos que o problema cesse por aqui) geram nas finanças públicas. A confiança neste sector desceu para níveis negativos.
Contudo, não deixando de manifestar estas preocupações, teremos que continuar a acreditar que estes problemas são ultrapassáveis, que poderão ser reduzidos os seus impactos, desde que haja manifesta vontade das partes em resolver problemas e em não os agravar.
Até para a semana
Rui Mendes

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