Quarta, 06 Janeiro 2016
Hoje não me apetece escrever sobre a
palidez como estão a decorrer as eleições presidenciais. Hoje não me apetece
escrever sobre as dúvidas que tenho na actual governação do país. Hoje, também,
não me apetece escrever sobre a falta de estratégia política da Câmara de
Évora.
Hoje apetece-me infelizmente escrever sobre um tema que, aparentemente,
indigna muitos e muitas, mas os factos traduzem um inquestionável drama que
parece não ter inversão. Refiro-me às mortes nas estradas.
Na verdade, o número de mortes ocorrido
nas estradas portuguesas é inadmissível, seja de que perspetiva estejamos a
falar. Relativa ou absoluta. Como uma das principais causas, segundo a
comunicação feita por um graduado da Guarda Nacional Republicana à comunicação
social, é o consumo inadequado de álcool. Cerca de um terço dos óbitos
verificados em acidentes rodoviários, revelam taxas de álcool contrárias ao
permitido por Lei.
Acrescem ainda as manobras perigosas, o
excesso de velocidade e o uso de telemóvel, que, contribuem de sobremaneira
para o número de mortes verificado nas estradas portuguesas. De acordo com os
números apresentados pela ANSR, até ao dia 21 de Dezembro de 2015, tinham
perecido nas nossas estradas, 464 cidadãos. É um número inferior do que aquele
verificado há dois anos, mas é superior ao verificado em 2014. Porém, este
número coloca-nos nos primeiros lugares da sinistralidade europeia.
Ora, a responsabilidade recai em
primeira linha no comportamento das e dos condutores portugueses. Disso parece
não haver grandes dúvidas. Mas não só. Eu pergunto; quem regula, quem fiscaliza
e quem monitoriza o tráfego nas estradas portuguesas, o que tem a dizer sobre
este flagelo. Os anos passam e a realidade pouco muda. Por isso, devem as
entidades competentes por mãos à obra. Sobretudo no campo da prevenção. E, não
digam, que, é isso, o que tem sido feito. Porque os factos traduzem uma
realidade inaceitável, para um país que diz civilizado. Se não sabem,
demitam-se.
José Policarpo
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