quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

CRONICA DE OPINIÃO HOJE TRANSMITIDA NA DIANA/FM

                                                   Razão a quem a tiver

Quarta, 30 Dezembro 2015
Porque estamos na recta final do ano e em jeito de balanço, do meu ponto de vista, o ano político de 2015 foi muito complexo e porventura até imprevisível. Nem os mais audazes e proeminentes comentadores do burgo político, preconizaram tais acontecimentos.
Desta linha afastou-se, todavia, a situação politica da Grécia. O desfecho era previsível e anunciado. Neste caso só a esquerda radical que pulula na Europa conseguiu enganar os mais incautos. Como resultou claramente do baixar de armas por parte do primeiro-ministro grego, Alexís Tsípras. As dívidas soberanas são mesmo para serem pagas. E quem não demonstrar que joga limpo, ou seja, os “artistas” das simulações das contas públicas, têm o seu tempo contado. Isto porque os credores não emprestam dinheiro sem as correspondentes garantias.
 Por outro lado, e, ainda na linha dos acontecimentos previsíveis, mas nestes casos com contornos dramáticos e sem solução à vista. Destaco os dois atentados em Paris e o fenómeno das migrações dos refugiados da Síria. São dramas que têm a mesma natureza, o terrorismo. Na Europa e no médio oriente, mas com consequências diferentes. Num caso estamos a falar da morte gratuita de cidadãos ocidentais, no outro, de cidadãos islâmicos que procuram na sua maioria, um lugar longe das armas e do terror.
 Por último, quero destacar o facto ocorrido no nosso país com contornos de maior imprevisibilidade. A política interna fora sobressaltada com uma nova convenção estipulada e acordada pelos partidos da esquerda parlamentar. Em 41 anos de convivência democrática, fora indigitado um primeiro-ministro que não ganhou as eleições legislativas, mas que tem o apoio maioritário no parlamento. No entanto, resta saber se o acordo foi celebrado a pensar no país ou no tacticismo dos seus líderes partidários. Estou absolutamente convencido que foi a pensar na sobrevivência politica dos três. Sobretudo, na sobrevivência politica do actual chefe do governo. Porque os outros dois, Catarina e Jerónimo, só têm a ganhar. Tiraram de lá os que lá estavam, e, não estão lá, estando lá.
 Por isso, espero e desejo que esteja equivocado. Para bem do nosso país, das portuguesas e dos portugueses. Com efeito, faço votos de que a situação politica encontrada prossiga o desenvolvimento do país e do bem-estar dos meus concidadãos. Porém, tenho muitas e fundadas dúvidas. A realidade dará razão, a quem a tiver.

José Policarpo


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