quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

AINDA A PROPÓSITO DO RANKING DAS ESCOLAS

Numa das suas habituais Crónicas, o Dr. Alexandre Laboreiro, que nos dá a honra de permitir a transcrição de algumas das suas brilhantes dissertações culturais, escrevia, na Folha de Montemor, com o título “ A ordem dos Livros”:
«E porque vimos falando de livros, não pretendia deixar em vão a alusão a uma publicação – livro saído há pouco – e que incide sobre uma problemática (quanto a mim essencial, enquanto alicerce na formação da Cidadania): o Ensino. Refiro-me ao livro “A Sala de Aula” – de Maria Filomena Mónica, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.  O livro analisa o ensino português dos nossos dias, dissecando o papel (nem sempre assumido) dos Alunos, das Famílias, dos Docentes, dos Sindicatos, do Ministério – com alusão às diferentes formas de Ensino: dando a entender como uma grande Esperança nascida com a Revolução de Abril – enquanto promotora da Cidadania e da Democracia – está sendo desmoronada por um certo centralismo do Poder (que tolhe o trabalho das Escolas com a burocracia), a que se junta a irresponsabilidade de alguns Jovens, de alguns Pais, dos maus Professores – atitudes contrárias e prejudiciais ao intuito inicial do abrilismo: a descentralização das Escolas, enquanto geradoras de Personalidades Cívicas, os Cidadãos do Futuro.………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..      Em Maio de 1920, Aquilino Ribeiro queixava-se- numa entrevista que concedeu a um periódico (DN)- que « Nos bastidores do regime quem dá cartas é o traficante sem grandes letras e o cacique com muitos votos.  Apenas o partido unianista oferecia uma platibanda ao intelectual, contando que fosse unianista, dizia-nos há pouco alguém…» E agora: será a Escola, enquanto por inerência fonte de Humanismo, capaz de iluminar as mentes pervertidas? E os Livros, repositório do Saber, serão suficientes para converter à Verdade os oportunismos?»
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Atente-se no que acabamos de transcrever, e medite-se no actual Ensino e o que era ministrado há muitos anos atrás. 
Que dizer a propósito do encerramento de tantas Escolas?
Como se justifica a concentração de tão elevado número de alunos em Mega Agrupamentos?
Quantos alunos completam o Secundário sem terem lido "os Lusíadas"?
Porquê a abolição do exame do 4º Ano?
A finalizar:
A notícia dada a conhecer ontem na Imprensa diária:                                                                                                                                :A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) defendeu hoje a eliminação dos exames nacionais do 6.º e 9.º ano, tal como já aconteceu com os do 4.º ano.

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Já agora, e para terminar…. E para que não sejam só tristezas, fiquem com esta:
 Composição aluno 9ºano "O Pipol e a Escola"                                                                                           Sem comentários!!!                                                                                                                                   Se não entenderem à 1ª tentem uma 2ª vez que está demais!!!!!!!!                                                           Lindo futuro escolar....... Geração Phonix +Zonix + vodafnix + Uzix + Tmnix+optimix e outras tantas terminadas em ix...                                                                                                                           (Texto verídico retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha (para ler, estarrecer e reflectir...!!!))
REDAXÃO
'O PIPOL E A ESCOLA'
Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
 Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem  um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã? E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os Lesiades''s, q é u m livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.                                                 Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???                                                                                                 O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. Tarei a inzajerar?




3 comentários:

Anónimo disse...

conto a minha pequena história de família. o meu avô não sabia ler nem escrever. educou 4 filhos, teve uma propriedade a seu cargo e trabalhou sempre honestamente e conseguiu dar aos filhos aquilo que ele não teve. teve sempre vontade de aprender a ler e a escrever como ele dizia. o seu sonho era o prazer de se sentar ao calor do lume e ler o jornal. e conseguiu. quando entrei na escola dava ao meu avô as lições da minha professora e os dois aprendemos juntos. o meu avô sabia e reconhecia a importância do saber.

um bom natal para todos

Anónimo disse...

deixem-se lá de coisas. aquele texto do aluno das Caldas está bué de bom. e está de acordo com a inducação que os governos nos têm impingido.

Anónimo disse...

Mas há tantos exemplos do que POR AÍ VEM.
É só observar as escritas dos rodapés das televisões.
Erros, sobre erros.
Por culpa de quem?

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