Terça, 22 Dezembro 2015
«O vocabulário do amor é restrito e
repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio
que nasce todo o vocabulário do mundo.»
É também assim que Vergílio Ferreira pensa a expressão do Amor, esse
conceito que tem alturas do ano nos calendários coletivos ou particulares para
se celebrar. E o Natal é a quadra que o mundo ocidental de influência
judaico-cristã escolheu para comemorar o Amor (com maiúscula mesmo) e
re-atualizar o nascimento de um messias de nome Jesus.
Se me importava aproveitar a crónica de hoje para desejar um bom Natal aos
ouvintes e leitores, não deixei de achar estimulante associar aos votos da
quadra a reflexão sobre o uso – bom ou mau – das palavras e a valorização do
silêncio que Vergílio Ferreira faz, tão mais importante quanto associada a esse
universal sentimento. Esta dádiva que é ter o privilégio de que um silêncio
signifique tanto para, pelo menos, duas pessoas, que se transforme em símbolo
de uma intimidade construída na base do entendimento e da reciprocidade, só
pode também ter que ser relacionada com as trocas de presentes que, quais Reis
Magos, repetimos por esta altura. E será assim que também passámos a aplicar a
máxima do Natal ser quando um Homem quiser.
Aquilo que damos para agradar aos outros
é entendido, mesmo sem palavras, no gesto e no objeto da nossa dádiva, como um
mútuo conhecimento e um reconhecimento do que cada um representa para o outro.
Sem alardes nem ostentação, é o que tem ou o que pode ser. Um ter e um poder
que, mais do que o ruidoso embrulho de papel e laço brilhantes e coloridos,
prometem uma entrega que não é vazia mas silenciosa, e recebida assim mesmo. Um
silêncio que só será ensurdecedor para os desentendidos. E se os há, aos
silêncios, dolorosos, é porque se comunica assim a dor e se recebe resposta de
quem a entende. E entender esse silêncio é também uma prova de Amor. É nesta
relação das palavras ao silêncio que se joga não só no campo do Amor, mas no da
Inteligência e das suas diversas variantes, mas isso é assunto que está para
além da quadra, claro!
Deve ter sido a pensar nesse silêncio
pacificador que o padre alemão Joseph Mohr escreveu em 1818 a Stille
Nacht uma das canções natalícias mais ouvidas e a que a tradução mais
comum para o português interpretou como Noite Feliz.
Desejo-vos a todas e a todos um Feliz
Natal!
E até para a semana.
1 comentário:
Uma cronica muito interessante. Gostei. Por vezes os silêncios dizem mais que muitas palavras.
A todos um Bom Natal e um Bom Ano 2016
É NOITE DE NATAL
Nesta noite de Natal
A neve volta a cair
As luzes estão tal e qual
Os presentes estão a vir
Com mais ou menos presentes
Precisamos de muito brilho
Vem alegrar estas gentes
As renas com muito estilo
Hohoho… é natal é natal
Cantemos ao Deus menino
Enviamos um postal
E vamos tocar o sino
Com amor e sem paixões
Acendemos o braseiro
Alegremos os corações
Enfeitemos o pinheiro
Não sei se, se chama destino
Quem abre a porta a luz
Já nasceu o Deus menino
A quem chamamos Jesus
Eu não sei que noite é esta
Esta é noite de Natal
Amanha dia de Festa
Num calendário anual
Queremos saúde e alegria
E que ninguém fique mal
Uma noite de magia
A todos um bom Natal.
BOM NATAL
Maria M
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