quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ORELHUDOS do CARAÇAS - Uma rubrica do A.N.B.


I)                    Estados de Espirito 

                Acidentes e Incidentes Eleitorais/2015

               Não somos os primeiros (nem lá perto) nem seremos certamente os últimos, a afirmar que Portugal é um país de “paradoxos difíceis de prever ” dado que temos situações politicas que desafiam a lógica e o senso comum dos políticos que, entretanto, as deviam assumir de uma forma directa e democrática.
E, neste momento, de uma forma mais rápida do que é habitual na nossa prática constitucional (onde os diversos prazos continuam demasiado longos e enfadonhos).
A verdade é que o PSD e a direita perdeu e não ganhou. Os factos são estes: (1) a Coligação perdeu, e bem, a maioria absoluta; (2) perdeu 12% de pontos percentuais; (3) perdeu 734.000 votos; (4) perdeu pelo menos 22 deputados; (5) o CDS, anda meio perdido sem ser capaz de assumir sequer o número de deputados que vai ter (muito embora, segundo o Al tejo, já se possa ir prevendo quem serão os mesmos Ministros de Portas). 
Parece, portanto, que o Presidente da Republica (cujos poderes estão nesta altura limitados) não tem que “enviesar e torcer o discurso” no sentido de favorecer, desde já, o PSD só porque este, se bem que tenha ganho as eleições, teve mais votos e tem mais deputados.
Se se tratou de uma abordagem prévia (e não de uma indigitação formal do primeiro ministro) admita-se que também devia ter chamado a Belém, para consultas o Dr. António Costa.
Claro que a situação é complexa mas o Partido Socialista não tem que se encolher ou de recear o futuro. Senão reparem. (1) ganhou 4 pontos percentuais; (2) ganhou acima dos 180.000 votos, (3) ganhou 13 ou 14 deputados; (4) a sua base de apoio social cresceu bastante; (5) insisto, porém, na ideia de que um voto ao centro valeria dois, um a mais no PS e um a menos na coligação (e nisto se situou a sua hesitação evitável). 
Isto para já não falar do sucesso estrondoso do Bloco de Esquerda que ganhou e, de que maneira e, até da CDU, que passou a sua percentagem de votantes para 8,27%.  Julgo mesmo que a direita foi encostada à parede.
Em resumo, a esquerda ganhou porque teve perto de duas vezes mais votos do que a direita. Não deve agora mesmo indo para oposição deixar-se fragilizar pelo «papão da estabilidade» e pelo medo que a direita insiste em meter às pessoas.
               
ii)      Estado das Coisas

         Os portugueses depois do massacre que foi a política de austeridade extrema, arriscam-se a ver continuada a dita austeridade. E, no fundo, se a esquerda e o PS não se opuserem vamos continuar a empobrecer, a ver os serviços públicos a degradar-se, a saldar património. A perder rendimentos e a dobrar a espinha perante as exigências orçamentais e outras de Bruxelas e da Alemanha.
Acrescentarei que não foi por acaso que, célere, Ângela Merkl já veio a publico dizer que tínhamos votado com acerto e que, por sermos sensatos, vamos continuar a portar-nos bem lá na União Europeia. Onde não vamos ter uma voz diferente daquela a que já estão habituados. E nós nos habituámos.
Neste sentido diria que, se a posição de António Costa (no discurso de domingo à noite) foi a correcta, não tem que ser (e não vai ser) uma posição definitiva e imutável. Se é por ali que quase tudo se decide deve ser ali que se deve travar o justo e indispensável combate possível.
 
iii)   Estado da Terra

         Entretanto falemos, brevemente que seja, do Concelho do Alandroal nesta conjuntura eleitoral tendo em conta os resultados já conhecidos.
 Ganhou o Partido Socialista. Ganhou em todas as 4 Freguesias. Abriu o campo político para aquilo que muitos podem estar a conjecturar. Embora seja preciso tornar viável.
É aceitável que assim seja e que, o Partido Socialista, se posicione ao lado das duas forças partidárias e dos outros dois movimentos independentes (o DITA e o Muda) com uma voz própria, confiante, sem ziguezagues e com novos e eficazes projectos económicos e culturais alargando e afirmando assim a sua base social de apoio.
Como é o caso dos Orçamentos Participativos (que andam prometidos e nunca cumpridos) e o lançamento oportuno de Actores políticos jovens, rejuvenescidos e inovadores (à semelhança do que acabámos de ver no país).
Com menos passado e mais futuro! 
António Neves Berbem
   ( 8 de Outubro de 2015)


6 comentários:

Anónimo disse...

É esta uma análise racional.
Mas...
Cavaco silva lutará até ao fim pelo seu partido e pela direita.
Gostava de ver a esquerda toda a lutar com a mesma determinação pela esquerda.
Veremos os próximos capítulos.
Veremos se pelo menos desta vez põem os interesses do Povo acima dos interesses partidários que os têm mantido em desacordo.
Doutro modo a continuação do empobrecimento dos mais pobres continuará.
Terá de haver negociações que possam levar a um fim possível e desejável, deixando em standby algumas das reivindicações mais extremas, sob pena de querermos de repente tudo e acabarmos por ficar sem nada.

Anónimo disse...

Caro ANB, por muito que lhe custe já devia ter entendido que nas próximas autárquicas não vai haver Muda, não lho disse já o Sr. Grilo no Facebook? Acha que o dito Sr. vai repetir o erro, primeiro apoia e depois concorre contra o PS?

Anónimo disse...



Obs,


Cito e lembro António Costa in Moção Politica, às Primárias do Partido Socialista que ganhou, Agosto de 2014:

« A responsabilidade do Partido Socialista (...) O que o país precisa é de compromissos transparentes e assumidos»

( aditamento ao comentário das 18.43)

Saudações democráticas

António Neves Berbem

Anónimo disse...

E pergunto eu.

E o pessoal do MUDA vai votar PS ???
E o MUDA só existe com o Sr. Grilo ? Pelos vistos sim, só lá andavam a seguir o homem e a fazer papel de presença pelo que se vê.

Ainda vamos ver muitos comunistas, gente independente e do psd a votar no PS.

TEM SEMPRE UMA DESCULPA AIROSA, NÃO VOTARAM NO PARTIDO MAS SIM NO POLÍTICO.

TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS.

Anónimo disse...

Anónimo Anónimo disse...
Caro ANB, por muito que lhe custe já devia ter entendido que nas próximas autárquicas não vai haver Muda, não lho disse já o Sr. Grilo no Facebook? Acha que o dito Sr. vai repetir o erro, primeiro apoia e depois concorre contra o PS?

11 outubro, 2015 18:43


Tenha calma caro comentador porque cada um diz o que quer, até no Facebook.
A verdade e por fonte limpa e credível é que à data nada está ainda decidido e aprovado em relação a quem o PS vai apoiar como candidato no Alandroal, é tudo na base do diz que disse e pelos vistos anda mais gente ao osso e a tentar a sorte.
E não tenha o amigo qualquer duvida que no caso do PS não apoiar o Sr. João Grilo como candidato, o Sr. vai repetir o erro, primeiro apoia e depois concorre contra o PS, sem qualquer dúvida.

Anónimo disse...

E ainda bem que não vais haver Muda, mas sim o professor Grilo ter o apoio do PS. ASSIM PODE SER
e a CDU a do NABAIS
ISTO É QUE VI SER UMA AÇORDA!

Deus queira que não se lembrem de voltar a arrancar as laranjeiras, pobres plantas.