A realidade politica portuguesa parece
andar, nesta altura, um tanto agitada e o ambiente complicado. Seja assim, mas
um coisa é certa, o Al tejo não vai furtar-se a debatê-la.
Não são só os comentadores e
jornalistas televisivos da direita que têm certezas e direito a fazê-lo defendendo
apenas os seus interesses.
A situação que o país atravessa
traduz-se, fundamentalmente, num problema sério de exercício e/ou transferência
do poder politico da direita liberal para a Esquerda social- democrata.
É uma mudança real que não sendo
nova, em Portugal, é uma característica nuclear
das democracias parlamentares onde existem alternativas e alternância. Ou, se
quiserem, novos actores políticos em cena. Venham do PS, do BE ou da CDU.
O povo português decidiu rejeitar a
maioria absoluta que o vinha governando. Escolheu legitimamente uma alternativa
diferente. Os três partidos à esquerda, desta vez, perceberam a mensagem.
O poder efectivo está em vias de
mudar de mãos, se bem que ninguém goste de perder os privilégios associados a
quem o estava e vinha exercendo ((PPC+PP)).
Um dado novo ao qual a direita
parecia andar a desabituar-se, nos últimos quatro anos, sem cuidar de perceber
duas ou três coisas essenciais em democracia.
A saber: num estado de direito, os
partidos têm todos a mesma legitimidade para governar e que um voto na esquerda
vale o mesmo que um voto na direita. Somos todos cidadãos de pleno direito.
É esta a essência da democracia que não admite
lugares cativos e vencedores antecipados. Ou vencidos inconformados com a perda
do poder.
Por outro lado, importa assinalar
que o poder não é uma coisa qualquer. Resulta, em primeiro lugar, da correlação
de forças que, por sua vez, é uma consequência da votação em eleições livres.
Sendo assim, achamos deveras estranho
que a direita ande a querer manter o poder sem reparar que deixou de ter
condições politicas no Parlamento, enquanto sede do poder, para o sustentar.
Será que já está a congeminar novas eleições em 2016?...
ii) Estado das Coisas
Tem-se vindo também a falar muito “dos superiores interesses do país”.
É óbvio que devemos estar conscientes dessa realidade.
Deve, no entanto, perceber-se que o determinante é saber que os
“interesses permanentes do país” só se mantêm, envolvendo e introduzindo-lhe «conteúdos variáveis» conforme
os tempos o vão exigindo. Reparem: em 1986 queríamos a CEE, hoje, preferimos o
euro. E temos de estar abertos à globalização.
O que isto significa é que, em determinadas alturas, a Esquerda pode
estar em melhores condições para defender “os ditos conteúdos variáveis” que
devem estar em execução ao serviço do país.
Portugal, conheceu já várias experiências históricas em que os poderes
instalados já não correspondiam aos “superiores interesses do país”. Foi o caso
da revolução liberal de 1820, da republicana de 1910 e da revolução democrática
de 25 de Abril.
Será agora o caso dos três
partidos à esquerda, caso mantenham e se unam num acordo parlamentar para a
legislatura que aí vem, reorientando os interesses do país e dando uma
estabilidade de natureza diferente daquela que vivemos nestes últimos quatro
anos?
Haverá outra maneira de remover certos interesses partidários que, entretanto, se instalaram no aparelho do
estado e pretendem continuar a ser os mesmos? A. Costa terá essa missão?
iii) Estado da Terra
Como é perceptível, o Alandroal, pouco terá a ver com o que anda a ser
discutido nos bastidores de Belém e em S. Bento. Assim é, mas só à primeira
vista porque todos, por aqui, vamos sofrer as consequências e os benefícios do
que vier a ser feito em matéria de um bom ou mau governo no país.
Uma coisa ficou, porém, comprovada
a queda desta «maioria absoluta» devia abrir, se é que não abriu já um campo
novo para a acção e o exercício da politica local.
Há, portanto, abertura para que o
PS concelhio, de acordo com o que muitas pessoas já andam prevendo possa ser um
governo diferente e reorientar “os destinos do Concelho”; para que o poder
local seja aberto e democraticamente partilhado; para que apareça gente nova sem
«os vícios e erros cometidos no passado» mais ou menos recente.
Para que os Vereadores em exercício
percebam que, aos olhos da população, aparecem como ‘inexistentes’ e pouco ou
nada têm feito nos seus pelouros.
E para que, finalmente, certos
interesses políticos instalados, a nível local, não possam repetir-se e continuar
agarrados apenas a instintos de sobrevivência económica e política básica.
Em resumo, também por aqui continua
tudo em aberto!
OBS. E CHAMADA de ATENÇÃO: o que não
pode, de todo em todo acontecer, é ser feita uma Convocatória para uma
Assembleia Municipal Extraordinária sem
observância nas convocatórias dos prazos
legais exigidos. É MUITO GRAVE ISTO ESTAR a ACONTECER e vir a REPETIR-SE, de
uma forma absoluta, na nossa AUTARQUIA.
António Neves Berbem
( 22/X/2015)
6 comentários:
Caro ANB. Que diria o Muda em 2011 se o PS se tivesse juntado à CDU? Quer mais exemplos?
A questão para mim é mais abrangente. O A. Costa deveria ter juízo e sim fazer acordos à direita e à esquerda para bem de Portugal e dos Portugueses, uma vez que o voto da bancada do PS decide... Mas não o que aqui está em causa é a mudança de TAXOS... enquanto assim for, pobres de nós.
Cumprimentos ao Administrador e a Si
A direita não quer acordos com o PS, quer é servir-se dele para se perpetuar no governo.
O que está a passar-se em Portugal é apresentado pela direita como se duma inconcebível tragédia se tratasse.
Porém esta solução está instalada em 5 países na Europa e não é tragédia nenhuma. É a democracia a funcionar em pleno para o bem do Povo dos próprios países.
A Bélgica, a Dinamarca, o Luxemburgo, a Noruega e a Letónia têm a governar partidos que não ganharam as eleições... Estes países não serão democráticos?
É preciso é termos as nossas mentes muito certinhas para não nos deixarmos levar pela tão bem orquestrada campanha difamatória da direita, com medo de perder os privilégios a que se habituou durante estes 4 anos, em que os resultados foram apenas aumento da dívida e empobrecimento dos que ganham (ou ganhavam) a vida a trabalhar.
Reformado, com 10 euros por dia há 4 anos.
Infelizmente o comentador de 23 outubro, 2015 00:03 ganha pouco mas ainda assim ganha mais que eu e que muitos.
Vamos a ver é quando formos de novo a eleições a esquerda se mantem assim tão unida e as pessoas vão votar em vez de ficar em casa ou se a tal direita se une e ganham com maioria absoluta desta vez.
Eu também gostava que a esquerda fosse governo, mas como nunca os vi fazer tal coisa desde o 25 de Abril, tenho as minhas dúvidas, pode ser que me engane e que estes nossos políticos tenham envelhecido e crescido.
Ver para crer como S. Tomé.
Sr. ANB é muito grave isto estar a acontecer e a repetir-se?
É, de facto. Um facto (ou FATO, com total repúdio por ISSO a que chamam de novo acordo ortográfico, SEM CONVOCATÓRIA PRÉVIA AO POVO) que devemos rejeitar mas, tome nota e esclareça-nos por seguinte, do porquê só agora TOMA REPARO nesta GRAVIDADE!!!! (como agora estão surgindo com outros seus concorrentes) e nunca o ter feito antes, ademais por tão pouco termos lido comentários seus sobre a publicitação das posturas Camarárias.
E, convenhamos sr. dr., em BOA VERDADE não se devia menosprezar esta DÚZIA anos.
E, em facto final, é facto todo o incumprimento processual badalado e usado em CONVOCATÓRIAS para "programar os arranjinhos" de OPAS, PRIVATIZAÇÕES, ALTERAÇÕES DE LEIS LABORAIS, SUBMARINOS, MILHÕES PARA ABANDONO DAS TERRAS, VISTOS GOLDEN, VALORES DE PROPINAS, PONTES E AEROPORTOS, CONCURSOS PARA OBRAS MEGALÓMANAS ... etc., etc., etc..
Em presença do gigantesco e negativo polvo nacional sobre tão vasta matéria e de todos conhecido, FICAR-LHE-IA bem "literar" sobre outras coisas «maiores». QUE EM PERFEITA SIMILITUDE SE ENQUADRAM NO CONCELHO da sua nascença.
A bom senso (permita-me), não semeie exclusões.
Atente nos reflexos imediatos ao comentário do Cara de Pau.
Noite tranquila
Atente nos reflexos imediatos ao comentário do Cara de Pau.
Noite tranquila
PIOR QUE UM CARA DE PAU SÓ DOIS.
Gostei, seriamente, do comentário de 24 de Outubro de 2015, das 23 horas e 55 minutos ... lá estão ALERTADOS os modos CONVOCATÓRIOS para as tomadas de decisão DECISIVAS DO PRESENTE E DO FUTURO DO PAÍS usados pelos tecnocratas job's DOS GOVERNOS que não nos tem sabido governar, DESDE HÁ 40 ANOS.
Tem sido bonito, tem, por todos já não é ignorado e sentido.
Foram mais exemplares??? no procedimento do que UMA (apenas) admissível falha em uma convocatória de uma A. Municipal de uma Autarquia de quase tudo espoliada?
Assim, não.
Alkalate
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