quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ORELHUDOS DO CARAÇAS - Rubrica a cargo do A.N.B.

 I)                    Estados de Espírito

Não sabemos se o passado recente vai ficar novamente à espera do poder no próximo domingo. O que sabemos é que as “Sondagens não votam” e que os números e grandes séries de dados, o que mostram são, vezes demais, falsidades bastante bem trabalhadas.
Por isso, uma coisa é certa: “a verdade social”, não o são. Por mais que se torçam e distorçam os números, o país urbano e profundo que somos não vive e não se mede apenas com estatísticas.
Nem se traduz somente em amostragens, modas, médias, e medianas. Há, no palco da politica, de facto, demasiado ruído, excesso de interesses e de má fé de quem vai interpretando a maioria das ditas sondagens.
A este propósito pensamos que, de um modo geral, as campanhas eleitorais, em Portugal, são demasiado longas e bastante cansativas. Rebentam com tudo: com os actores políticos e com a paciência dos votantes. Diria mesmo que alguém deve ter a coragem de pôr o dedo nesta ferida da democracia que vamos tendo.
Já que falámos em votos e em votar, deixamos aqui uma pergunta aos Visitantes do Al tejo: que partido é que Francisco, o Papa, escolheria se cá votasse. Acham que seria nos liberais e ultraliberais da direita cuja “economia mata” segundo as suas próprias palavras?

         II)      Estado das Coisas

Uma coisa que se repete e incómoda, em Portugal, é a falta de coragem de quase toda a Comunicação Social. Ou seja, tanto a imprensa como as televisões são incapazes de assumir as suas escolhas políticas. À semelhança, aliás, do que já acontece em vários países europeus e anglo-saxónicos.
Disfarçam, distorcem, insinuam mas lá assumir o que pretendem, está quieto… porque podem perder certos poderes lugares e tachos apetitosos.
 O que resulta daqui é que estão a cavar o seu próprio descrédito
(e défice) democrático uma vez que há cada vez menos gente atenta às mensagens que pretendem passar de uma forma descarada e manipuladora.
Baralham, aliás, de um modo que não é ingénuo nem é desinteressado, a diferença que existe entre “a opinião publicada” (o que é apenas do seu interesse particular) e a “opinião publica” (o que é do interesse geral).

II)                  Estado da terra

Já o dissemos aqui, por diversas vezes, que «as maiorias absolutas» só são boas para quem as recebe. Vejam o que está a acontecer ao país com o lastro desta direita e no Alandroal paralisado.
Por isso, vamos deixar aqui registado que, em regimes e sociedades abertas e democráticas, são preferíveis «maiorias politicas confortáveis» que aceitem a prática do contraditório e avisadas negociações de interesses comuns realmente importantes.
Acredito que, nesta ocasião, devia ser este, o objectivo político central (e eleitoral) útil e realista. Diz o Povo que os ovos não devem ser todos postos “em absoluto” no mesmo cesto.
Resta saber como certos políticos o seguem. E se são bons executantes e honestos defensores desta nossa antiga sabedoria superando as excessivas faltas de confiança actuais.
  António Neves Berbem
    (30 de Setembro de 2015) 
                     
        Ps: Era para fazer, hoje, no Al tejo, uma alusão à “Lenda das Rosas” da Rainha Isabel que casada foi com D. Dinis. Um rei mulherengo, produtor de bastardos diversos e grande trovador. Isabel foi beatificada e canonizada. Era activa e organizada.
E, tanto assim foi que, na guerra civil que opôs o Rei ao Infante D. Afonso (futuro IV) apoiou o filho, acabando desterrada em Alenquer. Privada das suas rendas, denunciou publicamente o acto do formoso e phodido marido.
Ora bem. Temos de ficar por aqui…mas reparem no que (Não) era “o fatalismo português” vivido, por cá, por uma independente Princesa de Aragão.


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