I)
Estados de Espírito
Não
sabemos se o passado recente vai ficar novamente à espera do poder no próximo
domingo. O que sabemos é que as “Sondagens não votam” e que os números e
grandes séries de dados, o que mostram são, vezes demais, falsidades bastante
bem trabalhadas.
Por
isso, uma coisa é certa: “a verdade social”, não o são. Por mais que se torçam
e distorçam os números, o país urbano e profundo que somos não vive e não se
mede apenas com estatísticas.
Nem
se traduz somente em amostragens, modas, médias, e medianas. Há, no palco da
politica, de facto, demasiado ruído, excesso de interesses e de má fé de quem
vai interpretando a maioria das ditas sondagens.
A
este propósito pensamos que, de um modo geral, as campanhas eleitorais, em
Portugal, são demasiado longas e bastante cansativas. Rebentam com tudo: com os
actores políticos e com a paciência dos votantes. Diria mesmo que alguém deve
ter a coragem de pôr o dedo nesta ferida da democracia que vamos tendo.
Já
que falámos em votos e em votar, deixamos aqui uma pergunta aos Visitantes do
Al tejo: que partido é que Francisco, o Papa, escolheria se cá votasse. Acham
que seria nos liberais e ultraliberais da direita cuja “economia mata” segundo
as suas próprias palavras?
II)
Estado das Coisas
Uma
coisa que se repete e incómoda, em Portugal, é a falta de coragem de quase toda
a Comunicação Social. Ou seja, tanto a imprensa como as televisões são
incapazes de assumir as suas escolhas políticas. À semelhança, aliás, do que já
acontece em vários países europeus e anglo-saxónicos.
Disfarçam,
distorcem, insinuam mas lá assumir o que pretendem, está quieto… porque podem
perder certos poderes lugares e tachos apetitosos.
O que resulta daqui é que estão a cavar o seu
próprio descrédito
(e
défice) democrático uma vez que há cada vez menos gente atenta às mensagens que
pretendem passar de uma forma descarada e manipuladora.
Baralham,
aliás, de um modo que não é ingénuo nem é desinteressado, a diferença que
existe entre “a opinião publicada” (o que é apenas do seu interesse particular)
e a “opinião publica” (o que é do interesse geral).
II)
Estado da terra
Já o
dissemos aqui, por diversas vezes, que «as maiorias absolutas» só são boas para
quem as recebe. Vejam o que está a acontecer ao país com o lastro desta direita
e no Alandroal paralisado.
Por
isso, vamos deixar aqui registado que, em regimes e sociedades abertas e
democráticas, são preferíveis «maiorias politicas confortáveis» que aceitem a prática
do contraditório e avisadas negociações de interesses comuns realmente
importantes.
Acredito
que, nesta ocasião, devia ser este, o objectivo político central (e eleitoral)
útil e realista. Diz o Povo que os ovos não devem ser todos postos “em
absoluto” no mesmo cesto.
Resta
saber como certos políticos o seguem. E se são bons executantes e honestos
defensores desta nossa antiga sabedoria superando as excessivas faltas de
confiança actuais.
António Neves Berbem
(30 de
Setembro de 2015)
Ps: Era para fazer, hoje, no Al tejo, uma alusão à “Lenda das Rosas” da
Rainha Isabel que casada foi com D. Dinis. Um rei mulherengo, produtor de
bastardos diversos e grande trovador. Isabel foi beatificada e canonizada. Era
activa e organizada.
E, tanto assim foi que, na guerra civil
que opôs o Rei ao Infante D. Afonso (futuro IV) apoiou o filho, acabando
desterrada em Alenquer. Privada das suas rendas, denunciou publicamente o acto
do formoso e phodido marido.
Ora bem. Temos de ficar por aqui…mas
reparem no que (Não) era “o fatalismo português” vivido, por cá, por uma
independente Princesa de Aragão.
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