Ultimamente
a minha estadia no Alandroal tem-se tornado mais assídua e o convívio com alguns
amigos que ainda por lá conservo, e que muito prezo, mais frequente.
É certo que grande parte dos muitos amigos que há 22 anos por cá deixei, já só os posso recordar indo pela tal rua que “tem dois arcos à ventura, onde passa a mocidade quando vão p´rá sepultura”.
É certo que grande parte dos muitos amigos que há 22 anos por cá deixei, já só os posso recordar indo pela tal rua que “tem dois arcos à ventura, onde passa a mocidade quando vão p´rá sepultura”.
Mas, felizmente muitos ainda se
conservam entre nós. E desses, e com esses é sempre um redobrado prazer, pela
manhã, e tendo como cenário de fundo a nossa linda Praça , protegidos dos raios
solares, na esplanada do Endovélico (nunca mais me esqueci, depois do merecido
puxão de orelhas), tomar a bica e dar dois dedos de conversa.
O Valente recorda histórias
vividas na sua velha profissão de taxista (a
seguir transcrevo uma); o Bastos quer
saber dos velhos amigos que deixou aqui por Montemor; o Orteguita e o Zé
Fernando relembram velhas pescarias e cenas divertidas que se viveram nas
mesmas (aquela do Sousa, quando o Judas
partiu um bocado do presunto para levarmos para a bucha, e o Sousa em vez de
trazer o bocado partido meteu na mochila a outra parte, ou seja quase o
presunto inteiro – só mesmo o Sousa!, e quando se lhe pediu que fizesse dois
pastelões diferente e quando chegou a altura dos comer eram iguais – iguais não
dizia ele; um é com batata branca o outro é com batata roxa); O Zé Pedro
relembra as peripécias do “seu” grupo de forcados; o Zé Tadarra as suas aventuras
de estafeta ciclista; o M. Augusto e o Dino “picam-se” amigavelmente assim como
numa espécie de desgarrada que nunca mais aprendem; o Tói relembra o “tal” que
se divertia nos arraiais da Festa de Setembro, ou quando havia aglomerados de
gente, a tirar “macacos” do nariz e a depositá-los nos casacos dos passeantes –
até que um dia!... e o Balanças disserta a propósito dos efeitos calóricos das
migas com almece.
E que bom que é ouvir e relembrar
factos caídos no esquecimento contados pelo Ti Zé da Paula, ou pelo decano da
nossa Vila Ti António do Lucas (como ele
se lembrava do Domingos Peças! E que bons bocados deveriam ter passado!. ).
Afinal…os muitos comentários que
por aqui aparecem enganaram-me. Ao lê-los e “deletá-los”, levaram-me a pensar
que o Alandroal era presentemente uma terra em permanente conflito político, de
bota-abaixo se não és dos meus, em que as conversas se baseavam apenas na
política local, na denuncia infundada, no ódio e na vingança
Felizmente, todos aqueles que comigo
viveram em tempos passados bons momentos, continuam iguais a si próprios,
continuam a manter a boa disposição que sempre os caracterizou, a mesma boa
educação, o mesmo espirito de amizade e acima de tudo, para minha satisfação a
ser meus amigos.
É bom estar no Alandroal
Chico Manuel
1 comentário:
Gostei.
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