quarta-feira, 29 de abril de 2015

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM


Quarta, 29 Abril 2015
A semana que findou foi pródiga em acontecimentos políticos. Iniciou com a apresentação pelo Partido Socialista do relatório para a Década que aqui tive a oportunidade de comentar na última crónica.
Depois foi a polémica em torno do projeto de Lei que em princípio procederá à revisão do regime jurídico da cobertura eleitoral e acabando no domingo último, com o anúncio do Partido Social Democrata e do Centro Democrático Social, do acordo de coligação para as próximas eleições legislativas.
Embora tenha escrito na semana passada sobre relatório para a década encomendado pelo PS, todavia, acrescento que secundo e apoio a iniciativa do PSD, que, através de carta dirigida ao PS, aí levanta vinte nove questões que, do meu ponto de vista, devem ser esclarecidas a bem do interesse comum. Pelas respostas, porventura, possamos perceber melhor qual o real impacto das medidas preconizadas, nas contas públicas. Défice e dívida.
Por outro lado, acho muito importante para o esclarecimento dos eleitores portugueses, que, entidades imparciais como a UTAO, unidade técnica de acompanhamento do orçamento, possam vir a pronunciar-se sobre as consequências que tais propostas possam vir a ter na vida dos portugueses, a médio e longo prazo. Só a título de exemplo, por sinal, muito mau exemplo, no ano de 2009 o governo de então, procedeu a aumentos dos salários da função pública, que passados dois anos veio a cortar.
Relativamente, à iniciativa legislativa levada a cabo pelo PSD, CDS e PS, a despeito da cobertura das eleições legislativas. Independentemente, das razões que deram origem a esta iniciativa, só o facto de existir a possibilidade de ser restringida a liberdade editorial dos órgãos de comunicação social que pretendam fazer a cobertura das eleições, que, tanto quanto julgo saber, essa possibilidade estava prevista, ainda que indirectamente, através de uma comissão a constituir para o efeito, para que eu repudie tal iniciativa legislativa. Um regime democrático só ganhará densidade e só se desenvolverá com a existência de uma comunicação social livre e isenta. Estou certo que disso poucos o duvidarão. Contudo, também não posso deixar de reconhecer que existem grupos de comunicação social mais independentes do que outros.
Por último, referir-me, então, ao anúncio do acordo de coligação para as próximas eleições legislativas firmado entre os dois partidos que sustentam o actual governo. Sou, de resto, da opinião que foi o culminar natural face às actuais circunstâncias politicas. O Partido Social-Democrata e o CDS/PP, estiveram e estão juntos, ainda que por vezes com algumas dificuldades e diferenças, na condução politica que colocou o país no caminho da credibilização externa e do crescimento. Por isso, pouco ou nada os aconselharia a apresentarem-se separados ao eleitorado nas próximas eleições legislativas.

José Policarpo

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