Décimas não premiadas levadas ao III Concurso de Poesia do Alandroal
Mote
Há quem venha ao Alandroal
Ver no Alentejo profundo,
O melhor de Portugal,
Singular em todo o Mundo.
I
Oh,
que terra nobre e bela
Orgulho
da Natureza
Não
há outra, com certeza
Que
se sobreponha a ela
Monumental
mas singela
É
única … sem igual
Tudo
em si é tão real…
P´ra
ver beleza tamanha
Até
de terras de Espanha
Há quem venha ao Alandroal!
II
Tantos,
guardam na memória
Como
era rica em cultivo
Neste
momento aflitivo
Revirada
foi a história
Mudou-se
o rumo à vitória
O
País está moribundo
Pr’a
fazer análise a fundo
Aos
campos abandonados
P´los
governos desprezados
Ver no Alentejo profundo.
III
Não
perdeu os seus valores
Nem
suas gentes mudaram
Os
saberes se conservaram
Fieis
até nos sabores
Na
cozinha são “doutores”
Comida
sensacional
De
fabrico excecional
Sempre
feita com lisura
Digo
com toda a postura:
O melhor de Portugal
IV
Seus
aromas genuínos
Espalham
no ar magia
As
aves, em sintonia
Cantam
afinados hinos
Feitos
de acordes tão finos
Sem
hesitar um segundo
Afirmo
e não me confundo
O
torrão que me perfilha
É
cândida maravilha
Singular em todo o Mundo!
Ausenda Ribeiro
MARIA ANTONIETA MATOS
SOLTA-SE A LÍNGUA
Solta-se
a língua intolerante,
Pra
falar de tudo o que não sabe,
Galga
as palavras de forma excitante,
Tenta
moldá-las ao corpo que lhe cabe.
Convincente
e rápida como o vento,
Distorce a
belo prazer, o sentimento,
Incendeia
o facto, a trezentos por cento,
Sem
se importar com o cruel momento.
O mal
já está feito, remédio não tem,
Que a
língua comprida assim lhe convém,
Espalhar
zumbidos, agitar os sentidos.
Sempre
destemida, num gozo entretém,
Em
festa, papuda, na boca refém,
Semeando
veneno aqui e além.
Maria Antonieta Matos
14-03-2015
Imagem: Google
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