sexta-feira, 6 de março de 2015

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM

                          A promoção externa do sector agro-alimentar

Sexta, 06 Março 2015
O sector agro-alimentar é de fundamental importância para a economia alentejana, é um dos sectores estratégicos da nossa economia, é um sector que tem sabido modernizar-se, apoiar-se na inovação e crescer de uma forma sustentada, tendo inclusive mostrado toda a sua competitividade durante o período mais crítico recentemente vivido, e é um sector que contribui positivamente para os resultados das exportações.
É um dos sectores premium da nossa economia nacional.
O sector representa mais de seis mil milhões de euros em exportações, contribuindo assim para a redução do défice alimentar do pais, conseguindo conquistar novos mercados com novos produtos.
E para se conseguir estes resultados bem sabemos o esforço promocional que tem sido prática do ministério da agricultura. Aliás, em boa verdade, não tirando os méritos aos agentes económicos do sector, o ministério da agricultura tem aqui um papel que importa registar. Tem sido um verdadeiro motor do sector.
E bem sabemos como se traduziu esse esforço promocional ao sector. O ministério da agricultura terá apoiado, nos últimos três anos, a presença de empresas e produtores em mais de duas dezenas de certames internacionais do sector.
E fê-lo para promover um sector estratégico, para que empresas e produtores possam mostrar-se em mercados internacionais e conseguir comercializar os seus produtos e promover as suas empresas. É assim que se promove, agrupadamente e em força, e seleccionando a presença nos certames estratégicos, de forma a conquistar os mercados previamente identificados.
Esta nota é indispensável para que possamos analisar a não participação de Portugal na Expo 2015, que decorrerá em Milão de 1 de maio a 31 de outubro.
Devo dizer que entendo que Portugal deveria estar presente.
Não só porque o pais se tem feito representar em todas as Expo mundiais após a Expo 98, apenas não o tendo feito na Expo 2012 em Yeosu, mas pela importância e projecção que estas feiras possuem.
Também pelo tema desta Expo: “Alimentar o Planeta, Energia para a Vida”.
Por último, porque a feira se realiza num país europeu, em que grande parte dos visitantes serão europeus, provenientes de mercados onde Portugal tem fortes interesses económicos, daí considerar a importância de Portugal estar representado.
Ainda assim consigo compreender que a tomada da decisão da participação teria que ter acontecido num momento de dificuldades económicas extremas e que, muito provavelmente, a opinião pública não teria compreendido tal decisão, a qual não envolveria apenas o custo publicitado de cerca de 8 milhões de euros, porque aquele montante teria que acrescer outros custos decorrentes dos seis meses da duração da Expo.
Também, porque a decisão será a de participação em feiras com um carácter mais comercial e dirigidas para uma determinada especialidade, logo em que a participação terá um resultado económico mais imediato, e em que cumulativamente se promova e comercialize os produtos.
Ainda assim, estou certo que num contexto distinto a participação teria acontecido, porque estas Expos não deixam de ser certames estratégicos na qual os países se promovem.
Até para a semana
Rui Mendes



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