sexta-feira, 27 de março de 2015

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM

                                                       O efeito BCE

Sexta, 27 Março 201
As palavras que Mário Draghi veio a proferir esta semana não são apenas promotoras de confiança. São também um elogio à forma como Portugal soube ultrapassar um dos períodos mais difíceis que o país viveu.
O presidente do BCE referiu que: “Portugal atingiu um patamar onde pode tirar proveito dos lucros das políticas levadas a cabo nos últimos anos. Reconstruiu a estabilidade financeira, conseguiu aceder aos mercados, pode financiar-se sozinho e o emprego está a descer e rapidamente. É um país que se está a tornar testemunha da recuperação da zona euro.”
A apreciação de Draghi não poderia ser mais lúcida e mostra um profundo conhecimento da situação atual do país.
E Mário Draghi nem sempre foi tão confiante com a situação portuguesa. No final de 2013 chegou mesmo a referir que o país iria necessitar de um outro programa quando aquele que estava a decorrer, e que iria terminar em maio de 2014, viesse a ser concluído. Chegados a maio de 2014 afinal não só não viemos a ter necessidade de um novo programa, como não chegámos sequer a necessitar de um programa cautelar, o que para alguns era um dado adquirido.
O país ganha crédito com as atuais palavras de Mário Draghi. E para nós portugueses é bom ouvir falar de Portugal de uma forma tão assertiva.
Muito mau, e deveras preocupante, era ouvir falar de Portugal como se tivéssemos à beira de um precipício. Conseguimos passar esse período tempestuoso.
Estamos cientes que ainda temos dificuldades pela frente para superar, mas acima de tudo que demorará vários anos até que o país esteja equilibrado financeiramente.
Temos é que saber garantir a estabilidade, porquanto ela é condição para que continuemos a ganhar credibilidade e transformar esse crédito em mais crescimento económico e mais e melhor emprego. Especialmente um emprego de qualidade que resolva a empregabilidade de uma população mais jovem e mais qualificada,
Bem sabemos que quando algo corre mal haverá quem tire daí benefícios.
Contudo, ainda bem que todo este percurso tem tido muito mais sucessos de que insucessos, embora haja sempre quem só veja a parte negativa, ainda que esta seja uma parte menor, porque dessa forma tentam obter os ganhos possíveis.
Mas acima de tudo o sinal que o presidente do BCE deu foi que Portugal soube percorrer as etapas difíceis e que agora está em condições de tirar daí os benefícios. E quem o referiu fê-lo com a autoridade do cargo de quem compete a condução da política monetária da zona euro.
Até para a semana
Rui Mendes


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