Quarta, 25 Março 2015
É com grande enfado e
não menos repulsa que vou assistindo à forma como se tem vindo a fazer oposição
e politica neste ano de eleições legislativas. Compreendo que não seja um ano
normal para os partidos, sobretudo, para os partidos da oposição.
Também não o fora quando o Partido
Social-democrata foi oposição. Mas tanto quanto me julgo lembrar e recordar,
nunca a oposição partidária fora feita com o recurso a tão comezinhas e
baixinhas estratégias politicas. Alguém dizia, e, muito, acertadamente, são só
casos e casinhos.
Na última semana até
chegámos ao ponto de assistir à polémica dos “cofre cheios e dos cofres vazios”
do Estado a propósito das afirmações da ministra das finanças realizadas num
contexto mais ou menos descontraído, pois, a plateia era maioritariamente
constituída por jovens. É com esta narrativa que a oposição quer conduzir o
debate político no sentido de esclarecer o eleitorado das razões que julga
serem as adequadas para o desenvolvimento do país. Julgo que não terão sucesso
algum, pois o eleitorado está à espera de políticas e medidas exequíveis face
ao contexto europeu e mundial em que vivemos.
Com efeito, para
tanto, veja-se a propósito as dificuldades encontradas pelo governo grego para
negociar dívida com os credores. O impasse é um facto, e, não sabemos qual será
o seu desfecho. Se o recuo do governo Grego nas exigências feitas ou a saída do
Euro com consequências dramáticas para o seu povo. Creio, portanto, que o
populismo, a demagogia e o facilitismo, esbarraram na realidade dos factos. O
crédito financeiro não circula com a facilidade da última década, o paradigma
financeiro mudou e foi alterado. Por isso, os países, os cidadãos e as empresas
devem adaptar-se à nova realidade.
Na verdade, a
discussão política deve centrar-se na gestão dos danos causados pela crise
financeira e, acima de tudo, a referência tem de ser a dignidade da pessoa
humana. As reformas têm que ser pensadas para e com as pessoas, não podem ser
feitas contra elas. Mas isto não significa que o debate político e as propostas
a apresentar ao eleitorado pelos partidos, resvalem para a demagogia e para a
impossibilidade manifesta da sua concretização. Devemos, por isso, afastar de
uma vez do debate politico, a máxima; quem diz a verdade não ganha eleições.
Ora, estou certo de
que aquilo o que verdadeiramente interessa às famílias, é que lhes digam o que
podem contar para poderem perspetivar o futuro. O mesmo quererão as empresas e
os empresários. Portanto o debate político deverá afastar-se dos casos e dos
casinhos e recolocar-se naquilo para que os partidos estão devidamente
mandatados, a realização do bem comum. E, aqueles que não pautarem a sua
actividade politica presidida por esta baliza, dificilmente, terão mandato
suficiente para contribuírem para que o futuro possa ser mais digno e próspero
para todos.
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