Quarta, 18 Fevereiro 2015 08:46
Não sou nem nunca fui
um amante do carnaval. Tanto quanto me julgo ainda recordar, só me fantasiei
uma vez e foi na minha meninice.
Todavia, não posso deixar de reconhecer
que o Entrudo é aproveitado pela esmagadora maioria dos portugueses para
confraternizarem com a família e amigos. O lazer e o divertimento fazem parte
da vida das pessoas. Talvez, por isso, há quem defenda a tese de que os países
com sucesso, são aqueles cujos seus cidadãos se divertem com alguma
regularidade.
Contudo não podemos
deixar de levar em linha de conta os tempos em que vivemos. O programa de
austeridade e a presença da TROIKA ainda se faz e fará sentir, infelizmente por
muitos e bons anos. E esta presença não foi imperativa, foram e serão nossos
convidados enquanto o país tiver necessidade de se financiar aos níveis que tem
feito para fazer face às suas obrigações. Não temos petróleo ou outras riquezas
similares. Nem somos um país, ainda, com as exportações em índices que nos
permitam ser financeiramente quase autossuficientes. Todavia, estou certo, que
esse dia chegará.
Embora exista a
monitorização das nossas contas públicas realizada por instituições externas,
penso que a tolerância de ponto referente ao dia de carnaval deveria ter sido
concedida. Sei, todavia, que esta posição não é a defendida pelo nosso
primeiro-ministro, mas entendo e respeito o seu ponto de vista. Pois, conceder
a tolerância nesta altura, poderia ser entendida como um sinal de que os
esforços não valeram a pena, que não há mais reformas para levar a cabo, e que
regresso ao desmando ser-nos-ia indiferente.
O certo é que, temos,
porém, um país cuja metade esteve a trabalhar em respeito à inexistência da
tolerância de ponto no dia de Carnaval, e, a outra metade, está a gozar o
Carnaval e/ou aproveitando este dia a seu belo prazer. Por isso, estou em crer
que a unidade nacional possa ficar de certa maneira um pouco beliscada com
esta situação. Sinto mesmo que a maioria das pessoas, que, todavia, não é o meu
caso, porque trabalhei, não fica contente e confortável com este tratamento
desigual.
Com efeito, do meu
ponto de vista, absolutamente, pessoal, deveria o nosso governo dirigir-se aos
portugueses e explicar qual ou quais as razões que levaram a não conceder
tolerância de ponto no dia de carnaval, mesmo fora do período do resgate.
Assim, tomando esta posição, estou em crer, que, dar-se-ia um bom contributo,
na defesa da unidade e coesão nacional.
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