segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

HABITUAL CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM

                                   Lição de Dignidade

Segunda, 26 Janeiro 2015 10:35
Que belo dia de Domingo, que grande vitória do Syriza, e que sinal poder festejar num dia 25.
25 de Janeiro ficará para a história europeia como o dia em que o berço da democracia resgata, para si, o seu futuro.
O dia em que um povo se ergueu e escolheu a dignidade ou invés da chantagem, o futuro em vez do medo. Por incrível que pareça, é esta raridade que torna o dia de ontem histórico.
A comunicação social apressa-se a apelidar o Syriza de partido de esquerda radical. Em que país vivemos, quando a luta pela justiça social, pelo emprego, pelos serviços públicos, contra a austeridade e a ditadura dos mercados, é apelidada de radicalismo?! Meus senhores e minhas senhoras, isto não é radicalismo é dignidade e luta intransigente pelos valores sociais.
Não, o Syriza, como tantos outros partidos, não radicalizam, mas esclarecem, de uma forma muito firme e clara, que há uma linha que separa a vida das pessoas da vida das instituições financeiras.
Não nos iludamos, nem nos deixemos enganar, assim como não somos todos Charlie, como não somos todos Abril, não somos todos Syriza, como possa parecer. Aqueles que de forma oportunista dizem ver com bons olhos a vitória da esquerda na Grécia, que querem diluir o vermelho num branco austeritário, travestindo o vermelho em rosa, estão do outro lado. Àqueles que escrevem nas redes sociais ou afirmam perante os microfones que a vitória do Syriza é um bom sinal, há que perguntar se apoiaram ou não Martin Schulz e depois Jean-Claude Juncker para a presidência da Comissão Europeia, se continuarão ou não a política austeritária (mais ou menos fofinha), se estão dispostos a apoiar a desvinculação de Portugal do Tratado Orçamental, ou se estão dispostos a reestruturar a dívida e enfrentar claramente os mercados e as instituições financeiras.
Eu caminho, de forma solidária, com o povo grego. Que todos saibam que quando nos chamam radicais, nós respondemos com solidariedade. Para os que duvidam, deixo-vos um excerto do discurso de vitória de Alexis Tsipras: "O povo grego, soberano, hoje, deu, sem dúvida nenhuma, uma ordem clara e vira uma nova página. O país rejeita a austeridade. Deixa para trás o autoritarismo, a humilhação e dirige-se para uma Europa que muda. Com este passo histórico o povo grego vai ao encontro dos outros povos europeus. Esta vitória é a de todos os povos europeus que lutam contra a austeridade que destrói o futuro europeu.”
Os dados estão lançados, as barreiras identificadas, os desafios todos pela frente. Agora, bem… agora… está nas nossas mãos!
Até para a semana
Bruno Martins




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