quarta-feira, 5 de novembro de 2014

HABITUAL CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA NA DIANA/FM

                                     Prevenir, podemos.

Quarta, 05 Novembro 2014 14:29
Os nossos vizinhos espanhóis acordaram no fim-de-semana passado com os media a difundirem a noticia de uma sondagem que coloca o novel partido espanhol, Podemos, à frente nas intenções de voto. Esta força partidária obteve mais um por cento das intenções de voto do que aquelas dadas ao PSOE e quase oito por cento a mais do que ao Partido Popular.
Na verdade, também na passada semana fora noticiado e com eco nas nossas televisões que as autoridades policiais e judiciais espanholas levaram a cabo um conjunto de detenções no âmbito de alegados crimes cometidos por ex-representantes das Regiões autonómicas, do Estado central, bem, como, de ex-autarcas. Estes crimes terão sido cometidos no âmbito dos respectivos mandatos.
Não sei se existe uma relação causa efeito, entre os alegados factos criminosos, e, o resultado da aludida sondagem. Nem quero aqui fazer essa ponderação. Para esse efeito, haverá quem tenha muitas mais capacidades adivinhatórias do que este vosso amigo. Porém, os partidos políticos devem analisar e ponderar esta realidade, disso eu não tenho a mais pequena dúvida.
Por um lado, ninguém deverá estar acima da Lei, em Espanha ou em qualquer Estado Direito democrático. Por outro, existe grande incompreensão nos cidadãos, resultado dos fenómenos ligados à corrupção perpetrados pelos representantes da coisa pública. Esta matéria deverá ser debatida no fórum público e no lugar certo, que é o parlamento.
Com efeito, na minha opinião, não olhar de frente para esta realidade, é promover e criar o campo adequado para a germinação de um futuro político sem controlo e ausente de sindicância democrática. E, como exemplos do que acabo de afirmar está a história das nações repleta de pérfidos e dramáticos acontecimentos.
A história da Alemanha ilustra na sua perfeição o que acabo de afirmar e Hitler não aparece por acaso a comandar os destinos da Alemanha. Viviam-se tempos de grande conturbação social, económica, politica e no desrespeito absoluto pelos mais elementares Direitos do Homem.
Por isso, sem grandes alarmismos e com grande elevação, porque estou convencido de que a realidade espanhola, não é o espelho da nossa. Deverão as instituições democráticas portuguesas iniciarem um debate alargado sobre as questões da corrupção e que tipo de influência, poderá ter o poder económico sobre o poder político legitimado, quer no seu seio, como, também, estenderem o debate à sociedade civil no seu todo.

José Policarpo

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