O Principezinho |
Segunda, 03 Novembro 2014 09:40
Parece que Passos Coelho foi ao teatro ver “O Principezinho”. Tal foi notícia em todos os telejornais. Mas a verdadeira notícia é que, mais uma vez, Passos Coelho nada aprendeu.
Era tão bom que tivesse aprendido alguma coisa com a moral da história… Era tão bom que percebesse como os adultos podem ser cruéis… Seria tão bom que quem nos governa percebesse o amor, a simplicidade e a reflexão sobre os valores essenciais para vivermos em sociedade. Mas não, Passos, qual adulto mau, continua a acreditar na superficialidade humana. Parece nada ter a aprender com o Principezinho.
Passos Coelho, a ser uma personagem desta magnífica história, seria com toda a certeza, um gigantesco embondeiro. Como todos sabem, os embondeiros são umas árvores gigantescas, e que se o Principezinho não arrancasse os seus rebentos eles cresceriam e tomariam conta do seu planeta, não sobrando espaço para mais nada.
Os embondeiros são a face do capitalismo, representam a avareza, a preocupação incessante pelos próprios interesses, e o desprezo pela partilha e pela procura do bem comum.
O Principezinho decidiu, e bem, arrancar pela raiz esta “erva daninha”, a tempo de não a deixar conta do seu interior. E nós, cidadãos deste pequeno planeta chamado Portugal, deixamos os embondeiros crescerem e crescerem, até secarem tudo à nossa volta. Tememos enfrentá-los, arrancá-los pela raiz, até que, quando nos damos conta, tudo à nossa volta é deserto.
Porque os embondeiros destroem todas as plantas ao seu redor, está na altura de cada um de nós ser um verdadeiro Principezinho deste nosso pequeno planeta.
Citando um excerto da história:
“E, com efeito, como em todos os outros planetas, no planeta do principezinho havia ervas boas e ervas daninhas, e, logo, sementes boas de ervas boas e sementes daninhas de ervas daninhas. Mas as sementes são invisíveis. (…) Mas mal se perceba que é de uma planta daninha, há que arrancá-la imediatamente. Ora no planeta do principezinho havia umas sementes terríveis… eram as sementes de embondeiro. O solo do planeta estava infestado delas. Se só se reparar num embondeiro quando ele já for bastante grande, nunca mais ninguém se vê livre dele. Atravanca o planeta todo. Esburaca-o com as suas raízes.”
Até para a semana!
Bruno Martins
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