segunda-feira, 27 de outubro de 2014

VASCULHAR O PASSADO - Todos os meses Augusto Mesquita recorda algo da história de Montemor

A Zona Industrial da Adua foi inaugurada há 20 anos

            Parque Industrial ou Zona Industrial é um espaço territorial no qual se agrupam uma série de actividades industriais ou empresariais que podem ou não estar relacionadas entre si.
            Os parques industriais são geralmente localizados fora das zonas residenciais, e normalmente, dispõem de bons acessos, de modo que o transporte dos produtos neles produzidos cheguem ao destino no mais curto espaço de tempo.
            Na década de 60 do século XX, a Câmara Municipal iniciou o processo de criação de uma área para o acolhimento de indústrias, a designada Zona Industrial da Adua.
            “Vasto complexo industrial em Montemor”
            O Montemorense na sua edição de 18 de Fevereiro de 1973 deu a boa nova: A “Aveirense” vai instalar um Matadouro Industrial em Montemor e as complementares fábricas de salsicharia e charcutaria.
            A maior e mais moderna organização industrial e comercial portuguesa de carnes decidiu construir em Montemor-o-Novo um grande conjunto industrial – um amplo matadouro e fábricas de laboração dos seus produtos.
            Aproveitando a privilegiada situação geográfica desta região, com todas as suas possibilidades de desenvolvimento, que já conhece por longa experiência, a través, principalmente da firma montemorense “Salvador dos Santos & Irmãos, Ld.ª”, sua cliente e colaboradora, a Aveirense, no seguimento dos planos oficiais do Governo de desenvolvimento industrial e económico do País, vai dar um grande passo em frente, com a iniciativa a concretizar em Montemor-o-Novo, sem mais demoras.
            E pretende desde já, não só apoiar, mas também contar com o apoio das cooperativas agrícolas, criadas actualmente e a criar nesta zona do Alto Alentejo, assim como toda a Lavoura em geral, que estejam dispostas a trabalhar, por processos e sistemas modernos, na recria de gados, com interesses recíprocos.
            Para isso vai não só construir nesta região instalações-modelo, como ainda prestará toda a assistência técnica competente e necessária para os fins em vista.
            Abrem-se, deste modo, as maiores e mais fundamentadas esperanças ao desenvolvimento agro-pecuário de toda esta vasta região.
            Sabemos que o acontecimento constitui motivo de grande júbilo para a população de Montemor-o-Novo. E um dos seus mais agradáveis resultados será, sem dúvida, o regresso de bom número dos nossos emigrantes, que aqui vão encontrar a ocupação e a compensadora remuneração que têm procurado longa da sua terra.
            A Aveirense adquiriu o terreno, o projecto foi elaborado, iniciaram-se as obras da suinicultura, e segundo consta, motivado pela alteração política resultante da Revolução dos Cravos, a obra parou e nunca mais recomeçou.
            Nesse período, a autarquia cedeu também em propriedade plena a vários interessados, faixas de terreno para a instalação de pequenas indústrias. Infelizmente, o processo não foi o mais feliz, porque permitiu a aquisição de milhares de metros quadrados de terreno, no qual apenas foi construído um pequeno edifício. Nem sequer, houve a preocupação de reservar o terreno paralelo à Estrada Nacional para actividades diferentes das então instaladas, a chamada montra da zona industrial, a exemplo do que sucedeu noutros locais.
             Por exemplo, Sertório Augusto Borda de Água adquiriu à Câmara em zona nobre, mais de dois hectares, concretamente., 22.824 m2, e ocupou apenas 787 m2 com a construção da oficina…

            Inauguração da ZIA  - No dia 17 de Setembro de 1994, diversas entidades do concelho, representantes de empresas, autarcas e população, participaram na inauguração da Zona Industrial da Adúa.
            Uma cerimónia simbólica que marcou o final das obras de infra-estruturação da ZIA e que contou com as intervenções do Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Vila, Alexandre Pirata, do Presidente da Comissão de Coordenação da Região Alentejo (CCRA), Carmelo Aires e do Presidente da Câmara Municipal, Carlos Pinto de Sá.
            A Zona Industrial, iniciativa municipal é um instrumento fundamental para o desenvolvimento do concelho. Encontra-se infra-estruturada e tem um perfil de acessibilidade – EN 114, EN 4, EN 253, EN 2 e A 6, com dois nós de ligação, um dos quais junto à ZIA – que assegura a proximidade a grandes mercados de abastecimento e de escoamento de produtos finais.
            O porto de Lisboa e o aeroporto da Portela ficam a 120 Km enquanto o porto de Setúbal fica a 70 Km.
            O regulamento em vigor estabelece entre outras regras: industrias a instalar, localização de área para depósitos de combustível gasoso, áreas para estacionamento e acessos viários para emergência, normas de construção, controlo dos resíduos e pré-tratamento dos efluentes e condicionamento à instalação de indústrias através da autorização prévia de entidades competentes.
            A sua área total é de aproximadamente 371.475 m2 e dispõe de 40 lotes.
            Investimento da ZIA
            Investimento total sem terreno       -   190.000 contos  -  100,00 %
            Comparticipação PEDIP/PORA    -   101.000 contos  -    53,20 %
            Investimento do Município            -     89.000 contos  -    46,80 %
            Em reunião de Câmara de 18 de Outubro de 1995, foi aprovado um “sistema de incentivos à instalação empresarial na Zona Industrial da Adua”, no qual a empresa que criar no mínimo 5 postos de trabalho, beneficia de atraentes benefícios, como por exemplo o reembolso do valor pago de Derramas nos primeiros 5 anos, apoio técnico na área da topografia, e movimento de terras, entre outros.
            Com o objectivo de apoiar novos investimentos, a autarquia construiu na própria ZIA o Centro de Acolhimento às Micro, Pequenas e Médias Empresas, o qual foi inaugurado em 29 de Julho de 2013.
            Actualmente, a ZIA possui 51 lotes cedidos em direito de superfície, e alberga a Estação de Transferência e Ecocentro de Montemor-o-Novo.
            Das empresas instaladas, a AIS – fábrica de componentes para automóveis é aquela que emprega mais operários (138), e a única que labora diariamente durante 24 horas.

Outubro/2014
Augusto Mesquita







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