AMORAS
Lindas amoras silvestres
Como rosas delicadas
Como rosas delicadas
Têm espinhos agrestes
Airosas e perfumadas
I
Da vereda à barreira
Avistam-se nos silvados
Nos castelos dos montados
Quer a brava da roseira
Quer a flor de romaneira
Mas as roseiras campestres
Vistas em estradas pedestres
Nascem em bruto da terra
Vejo também lá na serra
Lindas amoras silvestres
II
Para pássaros petiscos
E quem cozinha com arte
Faz do fruto bela tarde
Mas cuidado com os picos
Que estas têm dois bicos
E com mãos aligeiradas
E umas botas bem calçadas
Ter atenção ao espinho
E apanha-las de mansinho
Como rosas delicadas
III
Aí está um segredo!
Com a cesta sempre à mão
Para não caírem ao chão
Também ter algum cuidado
Ter um gancho em pau atado
Mas olhem que frutos estes?
Que tem de passar por testes
Quem os quiser amanhar
Pois estes podem picar
Têm espinhos agrestes
IV
A silva é um arbusto
Que dá nome a muita gente
Apelido de valente
Português nobre e robusto
Mas a ela a muito custo
Chegam às suas pernadas
Sempre airosas e armadas
Para as amoras comer
E também rosas colher
Airosas e perfumadas
Vítor Pisco
17/10/2014
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