Quinta, 30 Outubro
2014 08:54
A UGT fez anos e convidou
o primeiro-ministro, dois ministros e dois secretários de estado para o
encerramento de um seminário comemorativo do seu aniversário.
Nada a dizer sobre o assunto, cada um convida para os
seus aniversários os amigos que entender, ou que acha conveniente, sendo uma
organização de direcção partilhada pelos dois partidos que têm governado o país
nos últimos 38 anos.
Foi perante o primeiro-ministro que o
secretário-geral da UGT encheu o peito de ar e disse que se o governo seguisse
as orientações da OCDE, sobre as relações laborais, se acabava com a
concertação social.
Mas afinal o que vem sugerir a OCDE que
não seja o aprofundar e acelerar do ataque aos direitos dos t,rabalhadores?
Será que a UGT apenas discorda do ritmo, concordando com o sentido da política?
Será por isso que de compromisso em compromisso, de acordo em acordo a sempre
disponível para a concertação, a UGT vai assinando tudo o que o governo lhe
coloca à frente?
Perante a conhecida atitude do
“agarrem-me se não bato-lhe” há que reconhecer que o primeiro-ministro
respondeu serenamente dizendo aquilo que todos sabemos classificando o
interlocutor como um aliado estratégico.
Nas imagens que passaram nas televisões
não se notaram sinais de desconforto por parte dos dirigentes da UGT (seria a
mais completa falta de decoro). Foi, portanto, um comovente momento de
sinceridade entre companheiros de viagem, entre parceiros de jogo.
Foi a descrição perfeita do símbolo da
organização. A mão que, em nome dos interesses dos trabalhadores, dá a mão a
quem pretende colocar as relações laborais ao nível do século XIX.
O termo aliado estratégico, usado pelo
primeiro-ministro, é de um rigor a toda a prova. Desta vez ninguém pode acusar
o homem da falta de transparência ou de sinceridade. Ninguém se pode sentir ludibriado
e ninguém poderá dizer que não sabia qual o papel destinado a desempenhar pela
UGT, a razão última da sua existência.
Sempre que a UGT empresta a sua condição
de central sindical à estratégia do governo e associações patronais, temos
ministros a elogiar o seu sentido de responsabilidade, a sua postura dialogante
ou o seu sentido de Estado, mas nunca um governante tinha colocado a questão na
sua devida dimensão. Passos Coelho fê-lo reconhecendo o importante papel da UGT
na cobertura da ofensiva contra os trabalhadores.
Até para a semana
Eduardo Luciano
1 comentário:
vendidos! isto é sindicalismo????
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