Quarta, 15 Outubro 2014
11:00
O atual governo face ao descontrolo
financeiro e má gestão, de pelo menos 43 municípios dos 308 existentes,
continente e ilhas, viu-se obrigado a dar uma resposta a esta realidade.
E, para o efeito, constitui um fundo
financeiro para que possa ser utilizado pelos municípios com dívidas, no menos,
de 2,5 vezes as suas receitas anuais, sendo obrigatório o recurso ao fundo para
os municípios cujo endividamento é superior a 3 vezes a sua receita anual.
O fundo de apoio municipal, FAM, é
participado em metades iguais, pelas autarquias e pelo Estado central, tendo um
valor total de €650 000 000. Por isso, devem os super-endividados em número de
20 e podem os endividados, 23, socorrerem-se deste “bolo financeiro” para
obterem a liquidez necessária para fazerem face aos compromissos assumidos.
Na verdade, para que estes municípios
chegassem a esta situação, absolutamente, censurável e incompreensível, em
quase todos, só podem ter tido pessoas a conduzirem os seus destinos, para não
dizer outras coisas, muito pouco diligentes.
Com efeito, passo a publicidade, a revista
Visão publicada na última quinta-feira faz relatos de despesas municipais
avultadas em obras absolutamente desnecessárias e, de todo, prioritárias.
Refiro-me, só a título exemplo, às muitíssimas rotundas construídas nos últimos
anos, e, que, pululam por esse país fora, ás piscinas que não lhes é realizada
a devida manutenção, porque não há recursos financeiros para o efeito, ás
inúmeras estátuas e estatuetas, etc, etc. Todas estas despesas que oneraram,
oneram e onerarão as populações desses municípios onde a boa gestão “fora
atirada para as ortigas”,e, sobretudo, penaliza todos aqueles que nunca foram
chamados, nem ouvidos, a não ser no dia das eleições, para decisões tão
desastrosas.
No que toca ao nosso município, cidade de
Évora, para pena nossa e quase vergonha, está entre os 23 municípios
endividados, ou seja, tem uma dívida consolidada superior a 2,5 vezes a receita
anual. Não está, por isso, obrigado a recorrer ao FAM, mas encontra-se num
situação financeira muito difícil.
Ao contrário de alguns, não creio, que,
seja a maioria dos cidadãos portugueses, as dívidas são para serem pagas, como
os contratos são para serem cumpridos, integralmente. De contrário, não é
preciso estar muito bem informado, para se concluir que, quem não paga aquilo
que deve, dificilmente encontrará quem novamente lhe empreste.
Relativamente, à nossa realidade, o
município de Évora encontra-se, justamente, em condições muito pouco
animadoras, cuja autonomia financeira tenderá a ser cada vez mais restrita, e,
consequentemente, as suas atribuições e competências, igualmente,
condicionadas. A dívida consolidada é cerca de €80 000 000,00 e são arrecadadas
receitas que rondam os €40 000 000/ano. Não é preciso ser economista, para se
poder concluir que a Câmara de Évora estará obrigada a apresentar nos próximos
anos, orçamentos realistas e exequíveis.
José Policarpo
3 comentários:
No Alandroal, foram grandes concertos, rotunda sem qualquer lógica, biblioteca megalómana, estádio desadequado, muitíssimas viagens ao estrangeiro, avenças altíssimas a arquitectos e amigalhaços como o do dos contadores. E assim se chegou aos tais 30 milhões, mais coisa menos coisa.
ASS: O Contabilista
Hoje nem para papel higienico há dinheiro
Ò Contabilista continuas enganado em 9 milhões ou a querer enganar a gente
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