VITOR PISCO
Fado Alentejano
Como é lindo o Alentejo
Ao chegar a primavera
Os campos cheios de vida
E na ribeira o poejo
Tem a açorda á espera
Que delicia de comida
E ao ver chegar o verão
Pastores com o seu gado
Procurando uma azinheira
Prá hora da sesta então
Depois de bem almoçados
Descansarem numa esteira
E o rebanho vai bebendo
Para a calmeira passar
Canta-se um cantochão
Ouve-se a água correndo
Pássaros a chilrear
É o pino do verão
E á noite as oliveiras
A brilhar parecem prata
Com o dourado do campo
Lindas joias verdadeiras
Na composição da mata
E na luz de um pirilampo.
Vítor Pisco
24/06/2012,
Os campos cheios de vida
E na ribeira o poejo
Tem a açorda á espera
Que delicia de comida
E ao ver chegar o verão
Pastores com o seu gado
Procurando uma azinheira
Prá hora da sesta então
Depois de bem almoçados
Descansarem numa esteira
E o rebanho vai bebendo
Para a calmeira passar
Canta-se um cantochão
Ouve-se a água correndo
Pássaros a chilrear
É o pino do verão
E á noite as oliveiras
A brilhar parecem prata
Com o dourado do campo
Lindas joias verdadeiras
Na composição da mata
E na luz de um pirilampo.
Vítor Pisco
24/06/2012,
MARIA ANTONIETA MATOS
QUANTAS
VEZES ME TIRAM O SONHO E O SONO
Quantas
vezes me tiram o sonho?
A
liberdade de viver,
Ver
o mundo mais risonho,
No
mais belo florescer.
Quantas
vezes me tiram o sono?
A
vida sem dignidade,
O
dinheiro cheio de vaidade,
O
mais ignorante império,
Camuflados
cheios de mistério,
A
injustiça que soa,
Neste
mundo numa boa!
Quantas
vezes me tiram o sonho?
Os
dissabores do destino,
Tanta
gente sem um ninho ,
Que
abarca as dores sozinhas,
O
frio no corpo entranhado,
O
calor que os faz mirrados,
A
fome que os mingua,
O
seu ar estonteado,
A
submissão de meninos,
Torturados,
manipulados,
Quem
lhes cria este destino?
Quantas
vezes me tiram o sono?
Ao
ver gente escarnecida,
Que
dorme na rua ferida,
Sem
um mísero tostão,
Vivendo
do beija mão,
Esperando
a dura partida!
Quantas
vezes me tiram o sono?
Ver
multidões desesperadas,
Caminhando
sem um teto,
Num
profundo campo aberto,
Prostradas
em lugar incerto,
Estoiradas
por fria terra,
Em
valas a descoberto,
Deixam
amargo, indigesto,
Túmulos
da injusta guerra!
Maria
Antonieta Matos 11-07-2014
Pintura do meu amigo Costa Araújo.
Pintura do meu amigo Costa Araújo.
É
INÚTIL DEFINIR
É inútil definir o sofrimento,
O
sentir a solidão, o isolamento
Não
há expressão que comente,
Esse
lamento...!
É
inútil definir as atrocidades
Homens
que desculpas dão... por inverdades!
No
ignóbil estar de pensamento,
Ferem
sem dó, suscetibilidades!
É
inútil definir a revolta,
a dor que a mesma provoca,
Em
cada corpo, em cada alma,
Sensação
acumulada que sufoca!
É
inútil definir uma criança,
Prostrada
no chão sem esperança,
O
seu olhar enigmático...não amada,
a
fome no seu corpo mostrada!
É
inútil definir tanto grito,
O
bracejar tão aflito,
Belas
palavras pintar,
Sem
resolução do conflito!
É
inútil definir o poema,
Que
envolve o mundo de teimas,
Ferido
de gargalhadas e esquemas,
Coberto
por muitas algemas!
08-08-2014
Maria Antonieta Matos
Pintura do meu amigo Costa Araújo
Pintura do meu amigo Costa Araújo
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