quarta-feira, 3 de setembro de 2014

PANO CRU

i)
Vou variar porque não sei bem como introduzir através deste simples “Pano CRU”, à beira de Setembro, um antigo enredo em que ando envolvido desde criança, visto que ainda hoje não sei nem tenho a certeza, se gosto mais cães pretos ou de gatos brancos…
Até hoje, não tenho nem talvez venha a ver o dilema resolvido. Mas parece-me que o mentor do Al tejo (o Senhor Francisco Manuel) tem um dilema parecido com o meu. Se é que não lhe é, diariamente, ainda mais exigente e arriscado ultrapassar desatino tais.
Vem  isto a propósito de, num destes dias, estar na praia de S. Julião, com um “croissant” guardado para lanchar e veio um cão que me apanhou distraído e com o sol na cara, vai daí lerpou-me, num ai, a metade do fiambre que eu embrulhadamente guardava e sobrava para beber uma mini. Fiquei lixado…
O cão olhou para mim, não pestanejou e nem sequer com uma quatro das patas fez qualquer despedida e um pequeno obrigado me disse. Comido e bem afiambrado ladrou primeiro e afastou-se depois lentamente.
Por isso, fiquei uma vez mais com dúvidas. Não sei se um gato na praia teria o mesmo desplante de me deixar sem lanche, a meio de uma tarde longa e quente de Agosto.
O que sei é que, pensando bem, talvez goste agora mais de gatos do que cães pela razão simples que não ladram tanto nem tão alto. E talvez mesmo não gostem de desassossegar e de comer o que é dos outros. Além de miarem com uma maior suavidade!

ii)
  Passando por cima desta situação, tenho de confessar que bem vistas as coisas, o que eu tenho, é um certo medo garantido de cães. Não o escondo e, sim, eu sei, que é uma coisa algo irracional. Mas é o que é.  
Como quem não quer a coisa, acho sempre que os cães me vão morder mais do que os gatos vadios que andam nos telhados e na rua me vão arranhar…
Claro que os cães sentem e farejam isso mesmo. Por isso, ainda agora se, e quando temos de cruzar-nos, passo para o outro lado do passeio, às vezes, mudo mesmo de rua para evitar olhares desassossegados e medrosos e intranquilos da minha parte.
Em boa verdade, porém, o que aqui devo lembrar é que, até hoje, nenhum cão ainda me mordeu a sério embora tema que a minha sorte possa acabar de um momento para o outro. Ou que não dure sempre.
Aliás, devo também confessar que com a quantidade de cães que anda na rua (especialmente nos centros habitacionais) o risco tem vindo a crescer. O risco de a gente escorregar na merd@ deles, a ameaça de os interromper quando eles estão a fazer a máxima força. E ainda um outro risco que é o de se juntarem, dois ou três cães, a fazer a mesma coisa ao mesmíssimo tempo contra as indefesas e doridas parceiras.
Com os gatos já não é bem assim. Se a gente os habituar fazem sempre «cócó» no mesmo sítio, dormem regalados e dão-se à limpeza e ao seu banho bi-diário com tempo e com enorme asseado cuidado, chegando a parecer que ficam pelo de seda.
W. Churchill, por exemplo, em pleno Conselho de Ministros durante a II Guerra Mundial, permitia que o seu imponente gato assistisse e interrompesse os respectivos trabalhos de discussão das duras medidas a serem tomadas internamente.

iii)
Em síntese, brincar e rebolar na relva com um gatinho ou com um dogue ou qualquer outro cão encorpado, não é bem a mesma coisa. E o que me fica e anda suposto na cabeça, é que «valem mais dois gatos a miar e a brincar do que um cão a ladrar».
De um lado podem estar umas amigáveis arranhadelas. Mas do outro podem contar-se umas afincadas dentadas «à suarez». Julgo que o Al tejo alguma coisa terá também a dizer sobre este ponto.
  Seja como for, esta conversa e exercício menor que, devo confessar, terá pouco a ver com o que é hábito ir aparecendo escrito aqui no Al tejo, não tem nada a ver com os bons tratos que devemos dar aos cães e aos gatos. Esperando receber da parte deles um tratamento justo e amistoso.
Sem que entre nenhuma das duas partes citadas (a minha e a da minha relação “familiar” com estes animais, nossos companheiros) haja mais desconfianças. Cada um faz o seu papel, e vive como pode e  pronto.
Vou fazer por isso. Vamos todos os que souberem fazer por isso. Vamos “Viver e deixar viver”!  
Melhores saudações. Boas Festas.
VIVA o “Externato Diogo Lopes de Sequeira” V. REI  que tão  bons cidadãos e cidadãs produziu à luz daqueles  luminosos  passeios  no Choupal.
Salvé, oh Senhora da Conceição, as nossas Festas da Vila Alandroalense.

       António Neves Berbem
       03/09/2014)

Ps: o Gato chama-se Miró; e Jacó era  cão que me abarbatou a bucha sem  que nunca o Dragão visse.


4 comentários:

Anónimo disse...



«Quanto mais conheço a Humanidade,
mais gosto de cães»

Anónimo disse...



Parabéns pelo seu valente gosto de cães. E já reparou se os cães gostam de si com a mesma força e reciprocidade...

Anónimo disse...

EU PREFIRO AS CADELAS.

Anónimo disse...


Gosto de gatos, principalmente de cães, mas não me sento á mesa. com
eles.