i)
Vou variar porque não sei bem como introduzir através
deste simples “Pano CRU”, à beira de Setembro, um antigo enredo em que ando
envolvido desde criança, visto que ainda hoje não sei nem tenho a certeza, se
gosto mais cães pretos ou de gatos brancos…
Até hoje, não tenho nem talvez venha a ver o dilema
resolvido. Mas parece-me que o mentor do Al tejo (o Senhor Francisco Manuel)
tem um dilema parecido com o meu. Se é que não lhe é, diariamente, ainda mais
exigente e arriscado ultrapassar desatino tais.
Vem isto a propósito de, num destes dias, estar na
praia de S. Julião, com um “croissant” guardado para lanchar e veio um cão que
me apanhou distraído e com o sol na cara, vai daí lerpou-me, num ai, a metade
do fiambre que eu embrulhadamente guardava e sobrava para beber uma mini.
Fiquei lixado…
O cão olhou para mim, não pestanejou e nem sequer com
uma quatro das patas fez qualquer despedida e um pequeno obrigado me disse.
Comido e bem afiambrado ladrou primeiro e afastou-se depois lentamente.
Por isso, fiquei uma vez mais com dúvidas. Não sei se
um gato na praia teria o mesmo desplante de me deixar sem lanche, a meio de uma
tarde longa e quente de Agosto.
O que sei é que, pensando bem, talvez goste agora mais
de gatos do que cães pela razão simples que não ladram tanto nem tão alto. E
talvez mesmo não gostem de desassossegar e de comer o que é dos outros. Além de
miarem com uma maior suavidade!
ii)
Passando por
cima desta situação, tenho de confessar que bem vistas as coisas, o que eu
tenho, é um certo medo garantido de cães. Não o escondo e, sim, eu sei, que é
uma coisa algo irracional. Mas é o que é.
Como quem não quer a coisa, acho sempre que os cães me
vão morder mais do que os gatos vadios que andam nos telhados e na rua me vão
arranhar…
Claro que os cães sentem e farejam isso mesmo. Por
isso, ainda agora se, e quando temos de cruzar-nos, passo para o outro lado do
passeio, às vezes, mudo mesmo de rua para evitar olhares desassossegados e
medrosos e intranquilos da minha parte.
Em boa verdade, porém, o que aqui devo lembrar é que,
até hoje, nenhum cão ainda me mordeu a sério embora tema que a minha sorte
possa acabar de um momento para o outro. Ou que não dure sempre.
Aliás, devo também confessar que com a quantidade de
cães que anda na rua (especialmente nos centros habitacionais) o risco tem
vindo a crescer. O risco de a gente escorregar na merd@ deles, a ameaça de os
interromper quando eles estão a fazer a máxima força. E ainda um outro risco
que é o de se juntarem, dois ou três cães, a fazer a mesma coisa ao mesmíssimo
tempo contra as indefesas e doridas parceiras.
Com os gatos já não é bem assim. Se a gente os
habituar fazem sempre «cócó» no mesmo sítio, dormem regalados e dão-se à
limpeza e ao seu banho bi-diário com tempo e com enorme asseado cuidado,
chegando a parecer que ficam pelo de seda.
W. Churchill, por exemplo, em pleno Conselho de
Ministros durante a II Guerra Mundial, permitia que o seu imponente gato
assistisse e interrompesse os respectivos trabalhos de discussão das duras
medidas a serem tomadas internamente.
iii)
Em síntese, brincar e rebolar na relva com um gatinho
ou com um dogue ou qualquer outro cão encorpado, não é bem a mesma coisa. E o
que me fica e anda suposto na cabeça, é que «valem mais dois gatos a miar e a
brincar do que um cão a ladrar».
De um lado podem estar umas amigáveis arranhadelas.
Mas do outro podem contar-se umas afincadas dentadas «à suarez». Julgo que o Al
tejo alguma coisa terá também a dizer sobre este ponto.
Seja como for,
esta conversa e exercício menor que, devo confessar, terá pouco a ver com o que
é hábito ir aparecendo escrito aqui no Al tejo, não tem nada a ver com os bons
tratos que devemos dar aos cães e aos gatos. Esperando receber da parte deles
um tratamento justo e amistoso.
Sem que entre nenhuma das duas partes citadas (a minha
e a da minha relação “familiar” com estes animais, nossos companheiros) haja
mais desconfianças. Cada um faz o seu papel, e vive como pode e pronto.
Vou fazer por isso. Vamos todos os que souberem fazer
por isso. Vamos “Viver e deixar viver”!
Melhores saudações. Boas Festas.
VIVA o “Externato Diogo Lopes de Sequeira” V. REI que tão
bons cidadãos e cidadãs produziu à luz daqueles luminosos
passeios no Choupal.
Salvé, oh Senhora da Conceição, as nossas Festas da
Vila Alandroalense.
António
Neves Berbem
03/09/2014)
Ps: o Gato chama-se Miró; e Jacó era cão que me abarbatou a bucha sem que nunca o Dragão visse.
4 comentários:
«Quanto mais conheço a Humanidade,
mais gosto de cães»
Parabéns pelo seu valente gosto de cães. E já reparou se os cães gostam de si com a mesma força e reciprocidade...
EU PREFIRO AS CADELAS.
Gosto de gatos, principalmente de cães, mas não me sento á mesa. com
eles.
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