Eborim
Há dias ao passar por Évora deparei-me com o Eborim abandonado. Foi com tristeza que constatei que um dos espaços de maior convívio para a população, velhos e novos, espaço para quem saía do trabalho e se dirigia à rodoviária e estação de comboios, quer a outros pontos da cidade servia para fazer uma pausa para aliviar o dia de trabalho e para dois dedos de conversa com amigos ou para um namorico de soslaio.
Para além das lojas e restaurantes possuía também um dos melhores cinemas da região com direito a pipocas e uma piscadela de olho as catraias mais brejeiras. Depois disso não vi nenhum espaço quer dentro quer fora das muralhas que preenche-se essa lacuna. Para quando pensar nalguma alternativa a um espaço tão cultural, na existência de melhor, e que pudesse abranger as mais variadas vertentes quer educativas, sociais, comercias e culturais tendo a vantagem de estar aberto aos domingos e feriados, coisa rara em Évora na altura para além da sua centralidade e posição em relação à cidade.
Évora cidade amiga
Évora cidade amiga
Ó terra dos meus encantos!
És uma terra antiga
Onde andei em teus recantos.
E em ti me apaixonei
Em tempos que já lá vão
O amor em ti encontrei
Nos anos da ilusão.
E em ti então despertei
Para a luz da minha vida
Nas tuas ruas entrei
E nelas tive a saída.
Pelo amor chamei em vão
Pois deixei ficar a traz
E não soube dar a mão
À minha paixão audaz.
Recordo então com saudade
Do amor que deixei ir
Que por minha ingenuidade
Numa rua vi fugir.
Há dias ao passar por Évora deparei-me com o Eborim abandonado. Foi com tristeza que constatei que um dos espaços de maior convívio para a população, velhos e novos, espaço para quem saía do trabalho e se dirigia à rodoviária e estação de comboios, quer a outros pontos da cidade servia para fazer uma pausa para aliviar o dia de trabalho e para dois dedos de conversa com amigos ou para um namorico de soslaio.
Para além das lojas e restaurantes possuía também um dos melhores cinemas da região com direito a pipocas e uma piscadela de olho as catraias mais brejeiras. Depois disso não vi nenhum espaço quer dentro quer fora das muralhas que preenche-se essa lacuna. Para quando pensar nalguma alternativa a um espaço tão cultural, na existência de melhor, e que pudesse abranger as mais variadas vertentes quer educativas, sociais, comercias e culturais tendo a vantagem de estar aberto aos domingos e feriados, coisa rara em Évora na altura para além da sua centralidade e posição em relação à cidade.
Évora cidade amiga
Évora cidade amiga
Ó terra dos meus encantos!
És uma terra antiga
Onde andei em teus recantos.
E em ti me apaixonei
Em tempos que já lá vão
O amor em ti encontrei
Nos anos da ilusão.
E em ti então despertei
Para a luz da minha vida
Nas tuas ruas entrei
E nelas tive a saída.
Pelo amor chamei em vão
Pois deixei ficar a traz
E não soube dar a mão
À minha paixão audaz.
Recordo então com saudade
Do amor que deixei ir
Que por minha ingenuidade
Numa rua vi fugir.
No Alentejo há estevas
E planícies em lonjura
No Inverno nascem ervas
Há pardais em terra dura
I
As planícies que eu vejo
Nas terras onde passei
Quando em tempos visitei
Tinham trigo de sobejo
Nos ribeiros bom poejo
Fazia-se chá de malvas
Licor de hortelã e salvas
Do grão-de-bico açordas
Das varas faziam cordas
No Alentejo há estevas
II
Numa horta encontrei
Armada uma armadilha
E na cerca uma forquilha
Com a qual me deparei
E a armadilha levei
Vi lá uma ferradura
Marmeleiros com fartura
Faziam-se bons manjares
Avistavam-se pomares
E planícies em lonjura
III
Vi um cabo duma foice
Uma albarda e uma gorpelha
Um escrito numa botelha
Um burro que dava coice
E uma mula sua cúmplice
Escaravelhos nas relvas
Duas ameixeiras de Elvas
Estavam formigas ás turras
Estavam presas duas burras
No Inverno nascem ervas
IV
No tempo da azeitona
Há melros nas oliveiras
Sapos e rãs nas ladeiras
Anda tudo numa atafona
O criado com a dona
O sol é de pouca dura
Vai-se o dia com ternura
Não há bela sem senão
Vindo o final do verão
Há pardais em terra dura
Vítor Pisco
23/09/2014
E planícies em lonjura
No Inverno nascem ervas
Há pardais em terra dura
I
As planícies que eu vejo
Nas terras onde passei
Quando em tempos visitei
Tinham trigo de sobejo
Nos ribeiros bom poejo
Fazia-se chá de malvas
Licor de hortelã e salvas
Do grão-de-bico açordas
Das varas faziam cordas
No Alentejo há estevas
II
Numa horta encontrei
Armada uma armadilha
E na cerca uma forquilha
Com a qual me deparei
E a armadilha levei
Vi lá uma ferradura
Marmeleiros com fartura
Faziam-se bons manjares
Avistavam-se pomares
E planícies em lonjura
III
Vi um cabo duma foice
Uma albarda e uma gorpelha
Um escrito numa botelha
Um burro que dava coice
E uma mula sua cúmplice
Escaravelhos nas relvas
Duas ameixeiras de Elvas
Estavam formigas ás turras
Estavam presas duas burras
No Inverno nascem ervas
IV
No tempo da azeitona
Há melros nas oliveiras
Sapos e rãs nas ladeiras
Anda tudo numa atafona
O criado com a dona
O sol é de pouca dura
Vai-se o dia com ternura
Não há bela sem senão
Vindo o final do verão
Há pardais em terra dura
Vítor Pisco
23/09/2014
MARIA ANTONIETA MATOS
O
silêncio cisma replicado
Neste
cenário de domingo e fim de Agosto
Só
os passarinhos me cantam do telhado
E o
sol iluminado me provoca mais afoito
O
olhar balança estonteado
Cai
em mim a paz do mundo, a serenar
o
sentir do coração, tão elevado
No
pensamento, linda pintura a desenhar
Estou
entre mim e Deus, no céu
Num
refletir alucinado no apogeu
Nada
mais quero... tudo dou
Porque
nesta vida, nada sou...
mais
do que eu!
Uma
miragem que logo passa
Uma
lembrança em qualquer dia
Uma
virtude que se desfaça
Até
o meu nome de Maria
Maria
Antonieta Matos 31-08-2014
PINTURA DO MEU AMIGO COSTA ARAÚJO
PINTURA DO MEU AMIGO COSTA ARAÚJO
À
PROCURA
Saem-me palavras sem nexo
Vivo
num mundo da lua
Ando
revirada do avesso
Fico
especada na rua
Penso
estar num tempo antigo
Não
tenho a noção do tempo
Perco-me
no espaço que sigo
Não
tenho um minuto assento
Visto-me
e dispo-me esquecida
Repito-me
a cada momento
Canso
o melhor pensamento!
Soletram-me
cada palavra
Como
no primeiro ano de vida
E a
mente gasta se “olvida”!
Maria
Antonieta Matos 04- 09-2014
DESENHO DO MEU AMIGO Costa Araújo
DESENHO DO MEU AMIGO Costa Araújo
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