Sexta, 26 Setembro 2014 07:42
Iniciámos mais um ano lectivo. E
fizemo-lo à semelhança de tantos outros. E tal como em tantos outros
repetiram-se os mesmos problemas.
Não, talvez não exatamente os mesmos, mas aqueles com
que já nos habituámos.
A colocação de professores assume sempre
um especial relevo.
Por várias razões.
Desde logo porque o ministério da
educação todos os anos é envolvido em polémicas e está em permanente
explicações.
Porque as escolas ou ficam a aguardar os
professores que vão chegando em tempos diferentes, ou assumem os docentes que
aí são colocados, sem terem uma palavra no seu recrutamento. É estranho que às
escolas não se aplique, nesta matéria, as condições que vigoram na generalidade
para os restantes organismos da administração pública, ou seja, que elas
próprias assegurem o recrutamento do seu pessoal, em especial o docente,
ficando assim a gestão da escola mais responsabilizada pelos resultados a
atingir.
Está visto que o recrutamento
centralizado cria, todos os anos, problemas. É um recrutamento formatado, em
que todos os anos as regras mudam.
Porque os docentes, que em desespero de
causa, concorrem para o que não querem e para o que não sabem, na perspectiva de
assegurarem a sua colocação, aceitando, por vezes, ser colocados em horários
“incompletos” e a distâncias consideráveis da sua residência.
Objetivamente serão fatores que
necessariamente influirão no desempenho daqueles profissionais.
Não deveria ser assim. Este modelo de
colocação de docentes já deveria ter sido à muito tempo melhorado.
São um grupo profissionalmente
fragilizado, mas não nos esqueçamos que são, também, os educadores dos nossos
filhos. Deverá haver respeito por estes profissionais não sendo, de todo,
admissível que não se lhes apliquem regras de estabilidade profissional que o
Estado exige para todos os demais empregadores.
Por último, os alunos que muitas vezes
iniciam o ano lectivo sem o professor colocado. E não se trata de uma ou outra
situação pontual. Se assim o fosse seria até compreensível.
Os alunos, no sistema de ensino, serão a
sua razão de existência.
Contudo, os docentes são uma peça
essencial do sistema, devendo por isso ser assegurado a sua estabilidade
profissional e isso só será conseguido com um modelo que seja capaz de
responder à constância do sistema, assegurando-se também que, ano após ano, não
se repita a instabilidade sentida na colocação de professores.
Rui Mendes
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